Para ser telúrica
Em tempos de amor pela Terra encontro mais e mais pessoas desfraldando a bandeira do naturalismo, o que é maravilhoso. Também encontro muita contradição entre discurso e ação, o que é parte do ser humano.
Começo pela mais recente, que me chocou e me fez pensar este arremedo de crônica. Uma amiga vegetariana e que busca a iluminação através dos mestres ascencionados - aquela turma do Saint Germain e vela roxa -, mostrou-me, bem feliz, duas aquisições, a baixo preço, de estolas de pele de coelho para ela usar no inverno.
Outra amiga, também cuidadosa com a saúde, não admite de forma alguma se alimentar com nada aquecido em microondas, não tem microondas em casa e tem vontade de baixar o machado nessa parafernália demoníaca que causa câncer. Creio que ainda não disseram para ela que o cigarro é uma das maiores causas do câncer, pois fuma vários “hollywoods” por dia.
Esta que vos escreve, atualmente na fase soja, em um de seus tantos regimes gastronômicos, só usava leite desnatado, mas comprava nata para passar no pão.
O próprio Freud, que sistematizou o procedimento da psicanálise pela fala, fumante inveterado, morreu vítima de câncer na boca e, segundo dizem seus biógrafos, com uma dose letal de substância química ministrada por ele mesmo. O que apenas confirma sua humanidade e em nada diminui seu grande mérito.
E assim vamos vivendo e aprendendo com as nossas contradições, se não a ter um pouco mais de coerência, mas a ter um pouco de humildade ou, quem sabe, a trocar umas manias por outras. O que quero dizer com isso? É que tudo está certo, faz parte da grande cadeia evolutiva em que vivemos na Terra, mas nem sempre percebemos em nós. Mais fácil, sem dúvida, é perceber no outro, espelho a nossa frente. E é essa a função do outro, como muito já foi dito, servir de espelho para o nosso próprio retoque e refinamento.
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Em tempos de amor pela Terra encontro mais e mais pessoas desfraldando a bandeira do naturalismo, o que é maravilhoso. Também encontro muita contradição entre discurso e ação, o que é parte do ser humano.
Começo pela mais recente, que me chocou e me fez pensar este arremedo de crônica. Uma amiga vegetariana e que busca a iluminação através dos mestres ascencionados - aquela turma do Saint Germain e vela roxa -, mostrou-me, bem feliz, duas aquisições, a baixo preço, de estolas de pele de coelho para ela usar no inverno.
Outra amiga, também cuidadosa com a saúde, não admite de forma alguma se alimentar com nada aquecido em microondas, não tem microondas em casa e tem vontade de baixar o machado nessa parafernália demoníaca que causa câncer. Creio que ainda não disseram para ela que o cigarro é uma das maiores causas do câncer, pois fuma vários “hollywoods” por dia.
Esta que vos escreve, atualmente na fase soja, em um de seus tantos regimes gastronômicos, só usava leite desnatado, mas comprava nata para passar no pão.
O próprio Freud, que sistematizou o procedimento da psicanálise pela fala, fumante inveterado, morreu vítima de câncer na boca e, segundo dizem seus biógrafos, com uma dose letal de substância química ministrada por ele mesmo. O que apenas confirma sua humanidade e em nada diminui seu grande mérito.
E assim vamos vivendo e aprendendo com as nossas contradições, se não a ter um pouco mais de coerência, mas a ter um pouco de humildade ou, quem sabe, a trocar umas manias por outras. O que quero dizer com isso? É que tudo está certo, faz parte da grande cadeia evolutiva em que vivemos na Terra, mas nem sempre percebemos em nós. Mais fácil, sem dúvida, é perceber no outro, espelho a nossa frente. E é essa a função do outro, como muito já foi dito, servir de espelho para o nosso próprio retoque e refinamento.
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