*** CADA UMA QUE ACONTECE!!! ***
É amigo, acontece cada coisa em nossa trajetória, que muitas delas realmente não temos como esquecer.
Há fatos mais simples e engraçados como tombos idiotas que levamos e todos riem como se isso nem doesse, e no fim também acabamos rindo junto ,com dor e tudo.! Não é verdade?
Situações inusitadas e bizarras sempre acontecem e recheiam-se de comicidade. A correria, competitividade, o consumismo e o estresse do mundo moderno nos coloca em cada uma! Como aquele advogado que saiu de casa e já estava atrasado para a audiência_ quase sempre_ quando a esposa grita: (porque as esposas sempre inventam de acrescentar alguma coisa quando estamos correndo e atrasados já saindo de casa?)
_ Benzinho! Joga prá mim na lixeira este saco de lixo que está perto do portão!
E o atrasadinho para não soltar um impropério em direção a "incoveniente" esposa diz: Tá bom bem! (grurrrrrrrrrrrrrr)
Passa a mão na sua maleta de executivo, pega o saco de lixo com a outra mão, e lá vai ele para a audiência como um advogado ridículo! Foi o que muitos pensaram ao vê-lo caminhar quase um quarteirão até a lixeira coletiva com um terno impecável, uma linda maleta de executivo, óculos com aro dourado, uma linda pulseira de ouro e um belo e mal-cheiroso saco de lixo...
Porém, existem eventualidades inesquecíveis! Como essas que aconteceram comigo, no entanto, os tempos não eram tão modernos assim. Niguém tinha computador ainda. Nem o Bill gates!
É, acho que o estresse vem mesmo desde a época do Paraíso. Não é atoa que eram marido e mulher! (coitado do casamento)
Eu tinha uns treze anos de idade e, modéstia a parte, já trabalhava igual a um burro de carga, e não é culpa de ninguém não, a não ser da pobreza mesmo. Mas vivíamos! Graças a Deus!
Eu trabalhava com o papai na Serralheria que era localizada ao lado da nossa casa, que ele construiu com muito sacrifício e todos nós
ajudamos com muita alegria. A casa localizáva-se literalmente dentro de um grande buraco e cada vez que chovia um pouco mais era inundação na certa! Quantas enchentes não sobrevivemos! Havíamos
acabado de nos recompor a uma dessas inundações, e a parte de cima da escada (patibanda) desmoronou-se e tivemos que colocar algumas tábuas para acessarmos a escada composta por 20 degraus A lama embaixo demorava muitos dias para secar. O negócio era brabo memo!
Naquele dia estavamos terminando uma porta na oficina e o papai pediu-me para ir à casa de um amigo serralheiro para buscar uma pecinha que estava faltando na bendita fechadura. E lá fui eu, todo contente por ser uma pessoa tão útil, com a caixa contendo a fechadura toda desmontada. Um montão de peças e pecinhas.
Subi rapidamente os 20 degraus, atravessei as tábuas que não estavam nada firmes. Olhei prá baixo e vi aquele piscina de lama e entulhos provocados pela inundação. Ainda deu tempo de olhar para baixo e avistar a minha paquerinha gordinha no portão toda sorridente!
Voltei todo feliz por ter conseguido a tal da pecinha. Tava até vendo o sorriso do véio!
Mas fui olhar novamente para a minha paquerinha que ainda continuava no portão (toda sorridente) e pisei em falso nas malditas tábuas. E aí não precisa falar mais nada. Com fechadura, caixa de fechadura, pecinha, caí na picina de lama. Nunca havia comido lama e garanto que não é nada bom.
A fecharura? Eternamente sepultada na lama! E a pecinha também!
A cara do papai? Nem vou falar! As roupas que eu estava usando minha mãe nem lavou. Jogou tudo no lixo!
A minha paquerinha gordinha? Nunca mais olhei para a cara dela! Afinal de contas acho que ela foi culpada.
E por falar em lixo, e o saco do advogado! Saco de lixo que a esposa mandou jogar na lixeira?
O pobre advogado nem pode participar da audiência. Foi ao Fórum de Justiça levando o saco de lixo. Na correria jogou a sua linda maleta de executivo na lixeira. Que transtorno por causa de um saco de lixo, ou da esposa? Sabe Deus, essas coisas acontecem mesmo!
Eu também já tive envolvido com o tal do saco de lixo também. Deve ser castigo, pois ri tanto do pobre advogado! E o pior, minha esposa também estava junto!
São situações aviltantes e moralmente dolorosas, mas todo mundo ri. Racham o bico. Nem se incomodam com a dor e o contrangimento alheio. Pior que eu também sou assim. Igualzinho aos outros! Mas também, ninguém perde a chance de me debochar.
Naquele dia minha esposa ligou para encontrá-la no Supermercado próximo ao seu trabalho na hora em que ela saísse. Ah!
como eu gosto de compras em mercado no horário do almoço! Mas fui, lógico! Afinal de contas ela merece a minha companhia.E que eu carregue as sacolas mais pesadas também. Eu sou o homem da casa!
Fizemos as compras e pegamos o ônibus. Prá variar lotado.Viemos em pé e aquele monte de sacolas no chão. Fiquei com uma vontade de dar um safanão numa senhora bonachona que pisou
numa das sacolas e no meu pé também, além de me apertar com aquela barriga de hipopótamo.
Descemos do ônibus, e como sempre, todo mundo querendo descer ao mesmo tempo. E para ajudar, bem em frente da porta, a calçada cheis de sacola de lixo. Pelo amor de Deus! Não via a hora de chegar em casa e descer prá traballhar de novo. Mais uma vez o horário do almoço havia estourado.
Desci com as sacolas e, claro, ela com as mais leves. Eu sou o homem da casa. Mas, prá dizer a verdade não estavam pesadas. Compramos poucas mercadorias.
Foi aí que estranhei enquanto íamos até a lanchone. Tnha que tomar uma latinha, pois sempre tem alguma desculpa.
Falei a minha querida esposa:
_ Bem, a compra não estava tão pesada assim. Será que não reparei? Você comprou muita carne?
_ Não! Eu não comprei carne!
_ Ué, então porque tá tão pesado assim?
_ Será que trouxemos compra de outra pessoa?
_ Vamos verificar
Vasculhando o saco mais pesado minha esposa diz:
É, trouxemos sim a sacola (saco) que não era nossa. Você acho que trouxe o saco de lixo mais pesado que esta na calçada quando descemos!!!!
Até hoje ela ri quando se lembra.
Logicamente, feito um idiota, levei de volta o saco de lixo para o ponto de ônibus, torcendo para que um imbecil como eu o pegasse também.
Porque fui ri do coitado do advogado? Castigo vem a cavalo!
Com lama e saco de lixo não se brinca!