Campo & Cidade
Campo & Cidade
As pessoas que vivem no campo, geralmente se tornam motivo de piada, para aqueles que vivem na cidade. Riem de seu modo de falar, suas roupas, costumes, dentre outras coisas próprias do ambiente rural.
Logo quando chegam a uma cidade pela primeira vez eles (as pessoas da roça) levam um choque. Ficam surpresos pela grande quantidade de gente e carros, pela altura dos prédios, aparelhos eletrônicos como: celulares e computadores, intenso barulho, dentre outros.
Andam pela cidade e falam: “Que prédio alto!”, “Amorzinho, você viu que prédio alto?”, “Papai, olha que prédio alto!”. Ficam até com torcicolo de tanto que olham pra cima para admirar os prédios. Tudo vira novidade.
Escada rolante vira conversa pra mais de um mês. Elevador, então, vira história pros netos. Quando assistem televisão pela primeira vez logo perguntam: “Como é que essa gente cabe aí dentro?”
As crianças da nova geração (essas, que nasceram do acasalamento de um pendrive com uma porta USB), acham que essas pessoas vem de outro mundo. Conta-se que uma criancinha estava ansiosa em conhecer um tio que morava na roça. Quanto o tio chegou, ela deu um forte abraço e o encheu de perguntas, do tipo: “O que você come?”, “É verdade que você dorme com as galinhas?”, dentre outras perguntas, digamos, desconcertantes.
As pessoas da roça também costumam falar muito errado. Charada: Se uma pessoa que mora na cidade pode falar cinco coisas erradas por dia, quantas coisas uma pessoa da roça pode falar? A resposta é: CINCO... coisas certas!
Outra situação interessante dessa relação roça – cidade: Quando uma pessoa que sempre viveu na roça passa uns dias na cidade e ao voltar fica metida. Não quer acordar cedo, esquece os nomes dos amigos (“Qual é seu nome mesmo?”), ficam preguiçosos e criam nojo de tudo, se pudessem flutuavam, pra não pisar na terra. Além de querer falar difícil e achar que todas as outras pessoas são bestas.
Quando isso acontece, vivem falando coisas do tipo: “Que mercadinho pequeno. Lá na cidade tem um mercado, vinte, trinta, cem vezes maior que esse.” Ou então: “Aqui não acontece nada. Lá na cidade todo dia tem uma festa para ir.” E tudo o que falam vem acompanhado do repetitivo: “lá na cidade.”
Não importa se são da roça ou da cidade, todas as pessoas devem ser tratadas com respeito. Brincar com o sotaque, com as vestimentas é normal e até divertido, mas deve-se saber o limite das brincadeiras, pois no final das contas um depende do outro.