Que atire a primeira pedra aquela que nunca, nem uma vez sequer, tenha procurado um defeito, qualquer coisinha mínima nessas mulheres lindíssimas com quem a mídia nos afronta diariamente.
Acredito que o risco de encarar uma multidão feminina munida e pronta para o ataque não seja muito grande, mas tiro meu chapéu para as que começarem o apedrejamento.
Da minha parte, esclareço que nunca fiquei procurando imagens dessas deusas para então, numa versão um tanto desvairada de Sherlock Holmes feminina, com uma lupa, achar as falhas.
Mas, devo confessar que algumas vezes, principalmente durante a adolescência me deparei com elas em fotos – os deuses não foram cruéis a ponto de me colocarem ao vivo diante delas – olhei atentamente em busca de uma falha mínima. Uma falta de pigmentação na sola do pé que fosse! Nada.
Como tudo nesse mundo, a adolescência passa, você acaba se conformando com o número de buscas frustradas e, afinal, tem que cuidar de sua vida.
Já adulta você gosta do que vê quando olha no espelho e percebe que outras pessoas gostam do que vêem quando olham para você. Sem exageros, mas uma visão realmente agradável.
Algumas vezes sai de casa com jeans, camiseta e sem maquiagem – como tantas mulheres divinas declaram em entrevistas – consciente que assim mesmo atrai alguns olhares, não de susto, mas de interesse.
Sim, mas para chegar até aí você já trilhou um longo caminho e descobriu que não há um padrão rigoroso para o belo e que este, sozinho no ser humano acaba sendo pouco.
E mais; descobre o prazer e a satisfação de ser uma mulher interessantemente ...bela.
E já que se trata de beleza, um belo dia, você está na sala de espera do médico, dentista ou mesmo em casa folheando uma revista e dá de cara com uma declaração da Sharon Stone assumindo suas celulites; Gisele Bündchen afirmando que não se considera bonita e que bonita mesmo é a Carolina Dieckmann; que, quando adolescente, Glória Pires foi considerada por Daniel Filho sem futuro na televisão por não ser bela.
Não contendo o riso pensa: onde estavam essas declarações quando eu tanto precisei delas? Mas será que precisava tanto mesmo?
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