O GALO TÁ NA RUA SAUDANDO O CARNAVAL
No sábado que antecede o Carnaval, todos os anos o Galo da Madrugada vai pra rua e uma multidão de foliões segue atrás, cantando e pulando desde a saída do Galo, que não mais acontece de madrugada e sim, nas primeiras horas da manhã e só termina ao entardecer. Desde a hora que o considerado Maior Bloco de Carnaval do Mundo vai pra rua, as pessoas vão chegando ao centro do Recife e se juntando às que já estão no meio da folia.
Todo ano se repete a mesma animação, o Galo da Madrugada ganhou fama e muita gente vem conhecê-lo, de outros Estados e até do exterior.
Cada sábado de Zé Pereira, vendo o Galo da Madrugada passar pelas principais ruas do Recife, relembro os desfiles do Corso dos Carnavais de antigamente, que também acontecia por essas mesmas ruas, prestigiado por gente de todos os cantos do Estado e de todas camadas sociais. O Corso não era tão grandioso quanto o Galo da Madrugada, com trios elétricos, cantores famosos e camarotes de autoridades, mas, consistia também em um desfile de carros, caminhonetes e caminhões devidamente enfeitados, ocupados pelos foliões, que nos primeiros Carnavais jogavam confetes, serpentinas e água de cheiro. Com o surgimento do lança perfume, sumiu a água de cheiro, em seu lugar os foliões transportavam tonéis cheios d’água que, na verdade, no calorão da folia e do para e anda da carreata festiva que era o Corso, era muito bem vindo quando atirados nos vizinhos de folia que seguiam nos outros veículos.
Não se falava ainda em trios elétricos, as pessoas cantavam as letras do frevo e das marchinhas carnavalescas acompanhadas por trios ou quartetos de músicos que animavam o desfile. Pulávamos sobre os caminhões, caminhonetes, jipes aerowilis e carros de capota arreada, circulando pelas principais ruas do Recife, aproveitando a chance de paquerar os passageiros de outros veículos que passavam por nós, recebendo e jogando lança perfume.
No Corso não existia a organização do Galo da Madrugada com patrocinadores importantes, mas, também era bastante divertido.
Só me resta lembrar Antonio Maria: “Ô, ô, saudade, saudade tão grande, saudade que sinto dos clubes das pás e vassouras, passistas fazendo tesoura nas ruas repletas de lá..."
MCC Pazzola