Assim é a Vida
A vida às vezes é um poço, mas seco. A gente quer água, um balde ou até meio, que seja. Mas por mais que se desça até o fundo da alma, o poço está seco (e no entanto às vezes ele parece transbordar; e nem é mais poço, é quase um rio inteiro passando dentro da gente). O que provoca essa seca? E que água é essa dentro da vida? E o que causa essa sede que a gente sente lá de dentro do coração? Não sei. Não sei. Não sei. E quando a gente chora é o vazio que transborda e desexplica a vida nas lágrimas molhadas. Não faz sentido.
As coisas estão no lugar e vão bem. Mas de vez em quando essa saudade das possibilidades todas que a gente tinha e não viveu. Ou essa saudade de alguém que sumiu e a gente não sabe mais alcançar. Ou esse despertar de sentimentos que a gente mesmo enterrou. E uma angústia, uma vontade, uma espera, um furacão que deixa tudo intacto ao redor, mas quebra a gente por dentro, em mil pedaços pequenos. Tão pequenos e tão no fundo da gente que é difícil juntar e se reconstruir sem que isso transpareça no olhar e no sorriso forçado.
O mundo não é perfeito, embora seja bonito e repleto de horizontes. Mas às vezes a gente não cabe no mundo e ele não cabe na gente. Dá vontade de fugir pra qualquer lugar, mesmo sabendo que não adianta, porque o mundo é o mundo em qualquer lugar. E então dá vontade de mudar o mundo, mas a gente não consegue nem tentar, porque não sabe por onde começar. As pessoas são injustas, o destino é injusto, até a natureza é injusta às vezes. A gente mesmo é injusto com o mundo quando pensa isso tudo dele. E as coisas ficam sempre como estão: bonitas e repletas de horizontes.
Pensamentos, pensamentos, pensamentos. E um aperto no coração. A sede. O furacão. Os pedaços. A gente quer chover. Mas alguém sumiu, e o mundo está todo errado, e o poço está seco, e as pessoas são injustas, e há possibilidades que não foram vividas, e os sentimentos enterrados despertam, e as coisas ficam sempre como estão: bonitas e repletas de horizontes. E em algum horizonte, às vezes, sem explicação, as nuvens quedam em chuva para encher o poço e transbordar em rio essa água de ser feliz. Assim é a vida.
Rio/Julho/2005
A vida às vezes é um poço, mas seco. A gente quer água, um balde ou até meio, que seja. Mas por mais que se desça até o fundo da alma, o poço está seco (e no entanto às vezes ele parece transbordar; e nem é mais poço, é quase um rio inteiro passando dentro da gente). O que provoca essa seca? E que água é essa dentro da vida? E o que causa essa sede que a gente sente lá de dentro do coração? Não sei. Não sei. Não sei. E quando a gente chora é o vazio que transborda e desexplica a vida nas lágrimas molhadas. Não faz sentido.
As coisas estão no lugar e vão bem. Mas de vez em quando essa saudade das possibilidades todas que a gente tinha e não viveu. Ou essa saudade de alguém que sumiu e a gente não sabe mais alcançar. Ou esse despertar de sentimentos que a gente mesmo enterrou. E uma angústia, uma vontade, uma espera, um furacão que deixa tudo intacto ao redor, mas quebra a gente por dentro, em mil pedaços pequenos. Tão pequenos e tão no fundo da gente que é difícil juntar e se reconstruir sem que isso transpareça no olhar e no sorriso forçado.
O mundo não é perfeito, embora seja bonito e repleto de horizontes. Mas às vezes a gente não cabe no mundo e ele não cabe na gente. Dá vontade de fugir pra qualquer lugar, mesmo sabendo que não adianta, porque o mundo é o mundo em qualquer lugar. E então dá vontade de mudar o mundo, mas a gente não consegue nem tentar, porque não sabe por onde começar. As pessoas são injustas, o destino é injusto, até a natureza é injusta às vezes. A gente mesmo é injusto com o mundo quando pensa isso tudo dele. E as coisas ficam sempre como estão: bonitas e repletas de horizontes.
Pensamentos, pensamentos, pensamentos. E um aperto no coração. A sede. O furacão. Os pedaços. A gente quer chover. Mas alguém sumiu, e o mundo está todo errado, e o poço está seco, e as pessoas são injustas, e há possibilidades que não foram vividas, e os sentimentos enterrados despertam, e as coisas ficam sempre como estão: bonitas e repletas de horizontes. E em algum horizonte, às vezes, sem explicação, as nuvens quedam em chuva para encher o poço e transbordar em rio essa água de ser feliz. Assim é a vida.
Rio/Julho/2005