LENDA E VERDADE
Lembro um dia quando, conversando com um amigo, o mesmo perguntou-me: João, o que é uma lenda? Sem muito refletir respondi – Eu acho que é uma verdade mal contada. E ficou por isso. Hoje ao ver uma bela gravura retratando dois unicónios, este diálogo veio à tona.
Uma verdade mal contada? Não seria uma verdade esquecida? Graças à maravilhosa literatura colateral da Ordem do Graal na Terra, escrita por Roselis Von Sass, ou editada por inspiração especial, como é o caso da coleção “O MUNDO DO GRAAL”, posso ter uma real noção desta afirmação.
Hjalfdar, amansou um unicórnio conforme este trecho do livro ÉFESO, a seguir:
“Hjalfdar fez sinal a eles para que se escondessem sem fazer ruído. Ele, porém, levantou-se e segurava a lança com a ponta para frente. Assim esperava o animal.
Então ele viu como a folhagem se movia e como o espesso entrançado de trepadeiras se afastava pára os lados; e a cabeça branca surgia. Os olhos brilhavam ardentemente. Com calma e firmeza, os olhos de hjalfdar fitavam os do animal, o qual fechava os seus lentamente. Parecia, então, como se passasse um tremor pelo corpo deste.
Hjalfdar chamou baixinho, num tom em que vibrava muito amor. Sua lança, que estava dirigida para a vista do animal, ele a deixou lentamente arriar com a ponta para o chão. Os olhos e a cabeça do animal, como que domados, acompanhavam essa ação.
Inclinou sua cabeça e pôs-se de joelhos. Então Hjalfdar aproximou-se imperturbável e deitou-lhe a mão sobre a testa, enquanto se abaixava ao lado do animal, apoiando-se sobre um joelho.
“Tu foste enviado pelos entes luminosos! Tu deverás servir-nos, mas livre deverá permanecer tua vida, assim ordena o mandamento deles. Levanta-te e não temas!”
Como se tivesse compreendido, o animal levantou-se. Vagarosamente Hjalfdar seguia agora pela clareira o rastro do unicórnio, e o animal acompanhava-o. De tempo em tempo repetia suavemente o tom de chamada, e estendia suas mãos lateralmente.
Enquanto isso, ele olhava para trás, mas ouvia que o animal o seguia.
Somente depois que Hjalfdar com o unicórnio tinham desaparecido no outro lado da floresta, os companheiros dele saíram dos seus esconderijos. Novamente presenciaram um fato prodigioso. “Com o querer do seu espírito, Hjalfdar domou em amor um animal selvagem.”
No espírito dos presentes ao ato, e no espírito daqueles cuja façanha chegou por transmissão oral, ficaram gravadas as cenas e imagens, as quais após sucessivas encarnações, lhes vinham em sonho ou indeléveis recordações.Pôde assim chegar aos nossos dias como lenda ou mito o conhecimento perdido de criaturas do longínquo passado tais como, dragões,unicórnios, gigantescas águias e até entes da natureza como, fadas, ondinas, gnomos etc.
Difícil recuperar tais tesouros para não dizer impossível, numa época dominada hoje, pelo raciocínio.Seria necessária uma incrível mudança interior do ser humano a qual, só é possível com a leitura criteriosa e intuiiva da Mensagem do Graal NA LUZ DA VERDADE de Abdruschin.