Calmaria e Turbulência - em tudo há beleza

Turbulência... A vida em movimento.

Verão... Férias... Uns chegam outros saem.

O ar se agita num murmúrio constante.

Não há como se recolher e estar só consigo mesmo. È mister entender que este é um tempo de agitação e entusiasmo. Não há recolhimento. Os dias estão ao sabor do vento; não há ordem; tudo fica em suspensão...

Não dá para prestar atenção no vento, no céu, nos pássaros; nem estar a refletir.

Por ironia, a solidão parece maior.

Todos correm e falam ao mesmo tempo; forma de expandir suas alegrias.

O movimento está no comando. Faz parte do verão, do reboliço infantil. As águas se agitam, os mares se elevam... Será influencia da Lua, que se encontra mais próxima a Terra?

Ponho-me em compasso de espera; afinal, em tudo há beleza!

É preciso deixar o vento sobre as águas se acalmar para o lago serenar.

As férias terminam... Os que haviam chegado se foram e os que partiram retornam. Aos pouco tudo volta ao normal. As águas se acalmam, o vento é mais brando e a vida segue seu curso.

Existe agora a satisfação branda do recolhimento; do reencontro com o Eu interior.

Musicas suave invadem o ar; reconheço o som da flauta em “ O Mio Babbino Caro” enquanto um incenso de acácia perfuma o ambiente.

No jardim, o pé de acerola banhado de contas vermelhas complementa o verde da folhagem. Um pequeno ninho de passarinho trançado nos cabelos do papiro, plantado de fronte a janela de meu quarto, me presenteia com o despertar da vida e uma luta incessante dos pássaros para manter firme o ninho e seus filhotes.

O coração se acalma e entende que o sentido da vida está naquilo que não envelhece: O colorido da acerola, a melodia espalhada no ar, o aroma das flores, o vôo livre dos pássaros e o sentido de beleza presente no coração humano...

Feliz aquele que consegue parar e observar o encanto do eterno.

Lisyt

Lisyt
Enviado por Lisyt em 14/02/2010
Código do texto: T2086965