Espera

Cheguei cedo para te ouvir.

Esperei, vaguei e encontrei o silêncio.

A sua ausência me fez sentir o eco do grito e o chocalhar do seu coração.

Eu ouço seu incômodo, mas não escuto nada.

Sei que a saudade está em algum lugar

Nesse vão escuro que tua presença se oculta.

Só não sei onde foi parar.

Ela está num orbital onde o exato não existe

E nem a razão persiste

Em entender a voz inaudível do meu comboio.

Cheguei tarde, restaram-me estas palavras mudas, silenciosas e poderosas a ponto de penetrar seu corpo como um feixe de luz e residir na tua alma.

Se a saudade não se identifica, a dor vem e fica.

Daniel Pinheiro Lima Couto

03/08/06