A voz inconfundível de Tito Paris soa nos meus ouvidos e eu fico siderado, sem defesa contra a sódade de idos tempos, uns remotos, outros mais recentes na forma de encontros memoráveis com eternos amigos do peito na velha, cosmopolita e hospitaleira Lisboa.
Confesso que às vezes eu sou obrigado a apelar para todas as forças, para lograr resistir aos apelos que ecoam pelos labirintos do meu âmago, de que o meu lugar ideal neste planeta seria aquele em que ficasse ao alcance das estreitas e enluaradas vielas antigas, para que nelas eu pudesse desmanchar-me em rimas e lágrimas, encontrando, a meu livre arbítrio, os príncipes e princesas do Fado, da Morna, dos ritmos e cantares da mãe África, circulando pela universalidade da velha metrópole que se deixou colonizar pelos ex-colonizados!
Tudo isto é, afinal e também, Fado...