Humberto Gessinger (Engenheiros do Hawaii) e eu
Os anos 80 foram fundamentais para o rock brasileiro, e para mim também. Apesar da pouca idade e da adolescência ser mais inocente, acompanhava a explosão musical via rádio.
Ouvia de tudo um pouco, já escutava Engenheiros do Hawaii sem ao menos perceber que seria um marco muito grande em minha vida.
Naquela época o mundo de informações não era vasto como em tempos atuais.
O Rock n’ Rio surgindo em 1985, quando em Porto Alegre nascia os Engenheiros do Hawaii há quase 25 anos atrás.
Lembro-me como se fosse hoje, em 1989, quando estava no terraço de casa e um amigo chegou com uma fita k-7, seria uma cópia do LP Alívio Imediato.
Sim, já existia a pirataria naquele tempo! Risos!
Quando coloquei a fita para tocar, foi paixão ao primeiro acorde. Estava feito o elo que mudaria minha adolescência.
No entanto, Engenheiros do Hawaii era apenas som... Precisaria buscar imagens.
E nos anos 80 seria em bancas de jornal... Revistas! O que fiz, onde comecei minhas pesquisas e a procurar com amigos trabalhos anteriores.
Aos 13 anos já sentia paixão pela leitura, mas nunca tinha me passado pela cabeça a idéia de escrever, compor alguma coisa.
Mas olhando os encartes dos LPs dos Engenheiros e vendo a autoria das músicas, todas por Humberto Gessinger... Imaginava-me escrevendo como ele.
E assim começou o meu passeio pelo mundo da escrita. De uma maneira diferente e indireta. Onde a minha inspiração seria uma pessoa inatingível, onde e como até hoje não teve acesso a nenhum de meus textos.
Por causa, dessa paixão incondicional que tenho pelos Engenheiros do Hawaii, pelo Humberto Gessinger, que chamo de um casamento platônico, recebi algumas críticas. Porém, isso não importa!
O importante é a pessoa que sou hoje e de uma certa maneira, sendo coerente ou não, devo a esse aprendizado que tive e que corre em minhas veias.
Se não fosse isso, não existiria a Fabby Lima, seria como as pessoas que me cercam.
Não me julgo melhor do que ninguém. E quem sou eu para tal coisa?
Apenas coloco meus pensamentos e emoções no papel e branco ou na tela do Word, um lugar onde exponho minhas ansiedades, meus desejos e um mundo em que eu quero viver.
E é aqui no Recanto das Letras, que compartilho com meus amigos o que há de melhor em mim: o meu coração traduzido em palavras.
E para os críticos de plantão, uma sugestão:
Ame-o ou deixe-o...
Em 1.989 fiz a minha escolha, onde fez toda a diferença!
E não há melhor trilha musical para este texto ser escrito, do que ouvindo Alívio Imediato, mas em um CD original!