O JOIO E O TRIGO - A DIFICIL ARTE DE SEPARAR

Há mais de dois mil anos, às margens da Galiléia, um jovem idealista, sonhador,transformador e revolucionário, que pregava o amor gratuito e incondicional. Falava com aqueles que estavam próximos a ele, sobre a “história” do joio e do trigo. Todos conhecemos a história. Foi plantado um campo de trigo e por maldade alguém semeou o joio, uma erva daninha. Então ele afirmou: não se arranca o joio rapidamente. Espera-se que ele cresça junto com o trigo e no momento certo se faz

a separação de um e outro, de forma a garantir que se elimine o joio, sem se perder o trigo. A vida também muitas vezes nos parece um campo de trigo contaminado por joio. Não são raras as situações em que nos aparecem falsidades, mentiras, corrupção e mais um monte de “ervas daninhas” de “joios” que entram em nossa vida, fazendo frente áquilo que de bom procuramos plantar durante a nossa

existência. E essas situações são mais corriqueiras do que pensamos. Muitas vezes por desleixo ou descuido permitimos que outras pessoas entrem em nossas vidas e nelas espalhem o joio. Quando percebemos ele já está crescendo, brotando, e ai vem o momento da difícil escolha, da separação entre aquilo que é bom e aquilo que não serve ou não nos é conveniente. Penso que aquele jovem dos cabelos

compridos estava a nos dizer da importância do momento da separação, entre o bom e o ruim, o bem e o mal. De como temos que atravessar esses momentos, mas principalmente de como desenvolver o discernimento necessário para que a separação aconteça no momento certo de forma que ao tirar o “joio” de nossa vida, não eliminemos também de forma inconsciente o “trigo” que plantamos e de que esperamos muito tempo pela colheita. De qualquer forma esteja atento a este momento. Esse momento da separação por mais difícil que seja tem que acontecer durante a sua vida, porque ora plantamos, e ora colhemos. Por mais que adiemos a colheita, chega um ponto que ela tem que acontecer para não correr o risco de se

perder todo o fruto. Por isso esteja atento e principalmente busque inspiração nas palavras sagradas, volte-se para os ensinamentos do rapaz do mar da Galiléia, que do alto dos seus trinta e poucos anos nos deixou ensinamentos que perduram há mais de 2000 anos. Busque a simplicidade que ele teve, o amor que ele teve por todos, e assim faça a separação entre aquilo que deve ser guardado, daquilo que deve ser queimado e jogado fora. Não esqueça, no entanto, de esperar o momento certo. E esse momento virá em suas mãos na hora que aquele que toma conta de todos nós julgar que é o “seu” momento de colheita. Separe, sorria para a vida e aproveite a colheita que está para chegar às suas mãos;