Quanto riso, quanto alegria.....máscaras de carnaval

Já se vão alguns anos que ouvimos no rádio, na televisão e em todos os meios de

comunicação à música “Máscara Negra”, que é um dos hits carnavalescos mais

ouvidos de todos os tempos. Na mesma máscara negra que esconde teu rosto.... é

mais um trecho da música. E desafio àquele que na vida foi ou é folião que nunca

tenha cantado a música mesmo que de forma inconsciente. Bom, se de tudo da vida

podemos tirar conclusões, de “Máscara Negra” também podemos conseguir

algumas. Já pensou que na música fala: “O Arlequim está chorando pelo amor da

Colombina... no meio da multidão”. A música fala de um amor não correspondido.

Dois personagens do folclore momesco sofrem por amor. O Arlequim por ter sido

abandonado pela Colombina, e quem sabe a Colombina por descobrir que por

detrás daquela máscara negra do Arlequim se escondia alguém bem diferente do

que ela imaginava. Quantas vezes na vida nos deparamos com essa situação. De

conviver e se envolver às vezes com alguém que não é exatamente aquilo que

demonstra ser. Alguém que usa máscaras para “disfarçar” a sua verdadeira

identidade, que não raro é voltada para a prática da maldade e do descaso para com

os semelhantes. Claro que em alguns segmentos sociais essa prática, de “usar

máscaras”, parece ser mais acentuada como na política, onde inimigos se abraçam,

amigos se separam, e por ai vai. Mas engana-se aquele que pensa que o uso das

máscaras é restrito apenas à política. Ele está em todo lugar, na escola, na igreja, no

trabalho, e onde mais você possa supor ou imaginar. Quantas vezes somos o

Arlequim que chora, ou a Colombina que faz chorar? Quantas ações que

praticamos contra as pessoas fazem com que elas chorem, se decepcionem

conosco, se magoem, se entristeçam por algo que tenhamos feito? Quantas vezes a

busca pelo ter e pelo poder nos faz “Mascarados” sociais, agindo até mesmo

contra os princípios que consideramos justos e honestos. E assim a vida segue seu

rumo, com um mundo cheio de Arlequins e de Colombinas, usando das mais

diversas máscaras como o preconceito, a fofoca, a intriga, a falsidade para ferir e

ofender alguém. Tem vergonha da própria identidade e por isso se “mascara” para

poder atingir alguém e ainda se passar como íntegro e honesto. Cabe a nós,

inteligentes que somos saber separar aqueles que se achegam de nós

“mascarados” ou não. Separar aqueles que agem conosco com verdade ou não e

ainda por cima, buscar em todo o momento, agirmos nós, como a mais absoluta

verdade, para que não sejamos também mais um mascarado, nesse grande

contingente com o qual convivemos hoje. E que no final, não sejamos amigos ou

queiramos bem aos outros apenas “porque é carnaval”, mas porque adotamos a

verdade, a sinceridade e a honestidade como prática de vida, como vetor de nossa

existência e substrato de nossa conduta. Caiam as máscaras, que elas venham por

terra, e que sempre apareça a verdade nos nossos e nos olhos daqueles que nos

rodeiam. Vivamos com o riso e com a alegria, mas sem ser ou

fazer alguém de palhaço em nossa vida.