Com o fim do amor, aprendi amar a mim !!!!

Vejo em faces mutiladas, nesta atualidade um pouco irracionalidade. O que jamais me instigara, bater no rosto de alguém, ofender e magoar, quando na verdade sempre acreditei num abraço distraído enquanto se caminha olhando o mar...

Chega ser patético e nojento imaginar, bater numa face linda, humilhar, ou caluniar como me vi fazer, somente para torturar. E eu que sou poeta e mando flores, bombons, que sempre gostei de preparar o melhor café, com suco de laranja, comecei a repetir atitudes selvagens, achando normal até a traição, a infidelidade.

Não, não e não!

Não é ser boba amar como amara um dia, nem como amei, se amei, e agora eu nem sei...

É ser gente quem ama se doando, quem ama aceitando as diferenças, respeitando os espaços, o que outrora eu não fazia. Eu achava que era dona, tirava onda, impunha, como se o outro gostasse desse amor doente e patético. Minha face era pesada, minha voz, já não declamava mais.

Não me venha falar que o amor é ridículo como me dissera uma amiga, só porque ela não recebeu de quem idealizou o amor que sempre sonhou. Não, o amor é divino e nada tem a ver com sexo, com exageros, com sofisticação.

O amor é um sentimento que nasce, nasce do nada, não é arquitetado, não é inventado. Não se ama da noite pro dia, nem acaba com 15 dias. Nele não espaço para as falhas, para criticas infundadas. Ama-se o outro vestido naquele moletom surrado, com a meia furada, com chinelo gasto. Ama-se até o bafo pela manhã e os cabelos despenteados. Tudo é lindo, neh Caetano e Gil? Ama-se alguém pelo cheiro, pelo som da sua voz, pelo olhar de bobo, pelos gestos mais inesperados, como aquela história da melancia. Não tem receita não.

Meu amor o que preciso fazer para te provar que lhe amo? E o outro responde do nada, com a cara mais lavada e o jeito mais fofo do mundo. Ah, me deixa pensar só pouquinho. Bem, eu quero uma melancia azul. Já era de madrugada, não tinha mais mercado aberto, e nem um vizinho tinha melancia as 2h00 da amanhã na geladeira para me doar. Era preciso pensar rápido. Não tinha tempo para plantar e regar com anilina azul. Era preciso entregar-lhe a melancia naquele momento.

O que que tem se quem ama resolve fazer uma melancia? A desenha rusticamente numa folhe de papel e pinta de azul, depois recorta e lhe entrega.

Amar é surpreender, é ver os defeitos e trabalha-los, não aniquila-los. Estou aprendendo a amar de verdade, porque agora eu amo a mim.

Tem de ser autêntico, puro, natural, tem de nascer mesmo que do caos, no meio de terremoto enquanto se cata o que sobra. Nasce. Sempre nasce, e vezes do nada.

A gente ver nele a luz na noite escura, a gente ver a lua linda, o céu estrelado, a chuva cai mais suave. Tudo é mais lindo, com o amor de verdade, não com a paixão alucinada. Que não se ver nada e não serve pra nada. A não ser enlouquecer. Endoidecer.

Mas a gente nunca pode saber sem antes experimentar se é esse ou aquele, o amor que tão sonhado. Se for forte ou não a dose é preciso pedir, pagar e ingerir. Se for doce ou amarga, vire o cálice e beba até o fim.

Amar é se jogar no precipício sim, e ver no que vai dar. De repente ele dura pra sempre, de repente ele nem dura, mas ele não pode magoar tanto, ele não pode sucumbir à vontade de dormir, a vontade de viver. Isso não é amor. Isso é dor.

Estou pensando assim: será mesmo que intelectuais atraem gente contrárias, gente interessante, atrai os desinteressantes. Ou serei estúpida de acreditar que para o amor não tem nada a ver combinação de signo, se é similar ou oposto. O amor é o amor e pronto acabou!

Há gente que se prende ao número de estrelas tem um talão de cheque e daí? Eu conheci e vivi um amor assim. Depois eu descobri que era de Touro, e os taurinos segundo a astrologia olha por cima da armação dos óculos e ver se a conta é especial e o cheque de ouro. E outras que apenas se divertem optam por acampar, andar na chuva descalça e a gente sente e transmite, num bombom fora de hora, num abraço por trás de surpresa numa tarde quente, ou numa noite fria...

O amor é algo que acontece, acaba, morre e nasce, eu não sei se renasce, por isso, estou amando a mim, muito, como nunca amei ninguém. Na minha geladeira eu comprei tudo que eu gosto, eu só estou comendo o que mais me delicio, só ouço as músicas que eu quero ouvir. Estou me deleitando na minha cama enorme, me empanturrando de Todinho e Coca-Cola. Agora eu amo a mim e a mim eu ofereço o melhor café da manhã. Com queijo, requeijão, diversos tipos de pães e biscoitos de várias marcas. Suco e ovos mexidos, do jeito que eu gosto, bem acebolado. Aprendi com a dor do fim do amor, amar a mim.

Lu Maximo
Enviado por Lu Maximo em 12/02/2010
Código do texto: T2083251
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