MEDO E DEPRESSÃO.
A velhice infunde medo e depressão?
A velhice existe para alguns e é indiferente para muitos quando aplaca o vigor e pacifica o espírito. Nessa quadra da vida os que tiveram a sorte de galgar o alto da montanha como seres caridosos, terão a grande visão da existência.
Só os que a percorreram intensamente sendo úteis, construindo, sendo iguais e perseverando no bem, na caridade, despojados de egoísmo, lutando e vencendo, ou ao menos se retiraram para a iluminação, poderão saboreá-la, extrair dela os verdadeiros benefícios, usufruir seus ensinamentos e viver em absoluta paz e felicidade voltados para a luz do seu interior, imersos na chama do elo único que se aperfeiçoa na paz conquistada.
Assim será possível para o ancião olhar o passado e rever a longa caminhada quando aos vinte anos se consagrava aos estudos e ensinamentos e aos trinta continuava firme já então podendo entender o que estudou; divisar aos quarenta anos, a época em que afinou seus sentimentos já restando poucas dúvidas sobre o existir, abrindo a porta aos cinqüenta, quando compreendeu os decretos do céu possibilitando que aos sessenta, quase esgotado o caminho do entendimento, chega-se à compreensão e fosse um receptor da verdade, culminando a jornada com a felicidade aos setenta de ter o coração acima do cérebro; tudo podendo fazer sem violar o que é justo.
Penetrou assim no “amor” pleno, a força que impulsiona e move toda a natureza.
E da vida percorrida, dessa quadra de pouca sabedoria amealhada, ainda ausente de larga compreensão após muito estudo e reflexão, estrada construída de muita ascese e meditação, adjetivou-se em largo espectro a imensurável força criadora do amor, afirmando que nada existia na terra longe de sua influência, de sua criação.