SOBRE-VIVER

Meu caro leitor

Uma das coisas mais importantes de se ser vivo é ser capaz de sentir... sentir amor, dor, saudades, amizade... sentir o sol, a angústia, o vento, a idade, o sorriso alheio.

Mas se quisermos sair da pasmaceira de se ser vivo e depois morrer, sem ter contribuído, tendo apenas somado, temos que usar o dom de aprender com o que sentimos. Alguns chamam de evoluir, eu chamo de sobre-viver, viver acima da biologia e da ciência.

Qualquer coisa, fato ou invenção de nós mesmos que provocar uma sensação deve ser recebida, abraçada, tratada como uma nova namorada ou namorado. Devemos nos mostrar desconhecedores de seus detalhes, querer não perdê-la, querer mostrar a ela que somos especiais e querer também desfilar perante os outros mostrando nossa nova conquista.

Ao se viver uma sensação, por exemplo uma nova amizade, devemos abrir todos os nossos sentidos e percepções para aprender porque merecemos sentir, aprender como melhor sentir e aprender a guardar a lembrança do que sentimos.

Se fizermos assim, descobriremos que a vida não é monótona pois nenhuma sensação se repetirá já que a cada vez que ela voltar nós teremos mudado.

Se fizermos assim, descobriremos que a vida não é tristeza e sofrimento pois mesmo a cada sensação ruim e dolorosa aprendemos e crescemos. E, se aprendemos e crescemos, ficamos mais inteligentes e saberemos evitar as sensações de sofrimento e dor; não precisaremos ser o poeta que não sabe se finge ou se sente.

E cada sorriso visto ou recebido será um sorriso novo, virgem, à procura de um olhar que o capture como se fora o primeiro sorriso a existir. E o ser que sorri, mesmo que não saiba crescer, repetirá cada sorriso como se fosse o seu primeiro e este sorriso será cheio de vida e energia. E ganhamos nós, rodeados de sorrisos autênticos e mágicos.

George Wootton
Enviado por George Wootton em 12/02/2010
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