A CRITÍCA NOSSA DE CADA DIA II

Tenho uma extrema dificuldade em aceitar críticas.

Uma parte, mea culpa, rabo imenso do ego odiando ser corrigido e ter os seus erros apontados – brasileiro passional, tudo é pessoal – não é o que se faz, é sempre quem faz. Outra parte, e mora ai, o meu trauma, é a forma como algo é criticado, o descaso com que somos massacrados, muitas vezes, por “críticos profissionais” que não distinguem o que esta sendo criticado da sua visão pessoal.

Não há dúvidas: precisamos de bons críticos! Profissionais que nos ajudem a enxergar o mundo por outro ponto de vista, que priorizem a informação, que respeitem o conhecimento; apontando os excessos, mostrando os perigos; mantendo uma atitude imparcial, uma posição moderadora do que está sendo discutido, levantando todos os tópicos relacionados com o que está sendo criticado, mas fazendo isso com coerência, na docência de informar, ensinar, desenvolver e levar esclarecimento, visando sempre a liberdade do pensamento.

Esses críticos são raros, pois para se criticar um assunto, é preciso muito preparo, um estudo fino do assunto criticado, uma visão macro baseada em várias fontes; e não apenas numa única leitura, que apenas garante uma opinião superficial. É preciso separar e julgar, sim! Mas preservando o que merece ser afirmado; e dialogando com o questionamento provocado, sem entregar um produto acabado, deixando nas entrelinhas, o presente da reflexão.

Somente ao se aprofundar no assunto criticado, e não tomar lado, é que o crítico conseguirá a elegância da crítica construtiva e o teor certo para que a informação criticada não se transforme numa polêmica inútil apenas para comprovar o poder desses críticos em “estar sempre certo sobre tudo”.

Precisamos de bons críticos, profissionais da palavra, da razão, para nos auxiliar a separar o verdadeiro do falso nesses assuntos tão discutidos, nessa obras tão comentadas; críticos que nos ajudem a retomar o caminho adequado para uma boa jornada; para a liberdade da arte, no nosso voo diário do espírito na carne.

Infelizmente, esses profissionais estão cada vez mais raros no mercado e só nos resta confiar em nosso bom senso, e torcer para que os nossos passos não estejam assim tão equivocados.

E que haja discernimento por todos os lados!!!

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Frank Oliveira

http://cronicasdofrank.blogspot.com/