"PENSO LOGO EXISTO. "

PENSO LOGO EXISTO.

O “Penso logo existo” cartesiano desfilou pela cultura do mundo de forma marcante e marcando.

Entre os clássicos obteve de Nietsche a pecha de infantilidade.

Seria uma superstição popularesca, fruto de épocas imemoriais, ou seja, o sujeito e o “eu” provocando contradições.

Seria isto brincadeira da infância para Nietzsche.

Segundo o pessimismo do filósofo, impossível se afigura extrair da conscientização do “ser” algum “eu”.

Resulta em intelectualismo metafísico de um “saber” superficial e imaturo.

Esqueceu-se de dizer o filósofo pessimista que Descartes mostrou a unidade de consciência, de conhecimento de caráter puro, sem sofismas.

Estamos diante do esteio básico da racionalidade.

“Se penso existo”, abraça a dúvida radical, hiperbólica. Construiu sobre o império da dúvida uma certeza.

Duvido de minhas sensações, de minhas emoções frente ao mundo, logo que muito me enganam, e duvido da realidade que se apresenta, até das ditas exatas, matemáticas, duvido de tudo que se põe a minha frente com certeza lógica.

Mas concluiu taxativo: MAS NÃO DUVIDO QUE ESTOU DUVIDANDO.

Temos assim, o “penso logo existo”, axioma cartesiano, alicerce do saber moderno lançado em 1637 pelo dualismo de Descartes; alma,repositório de intelectualidade, razão, consciência e mente; corpo, conteúdo de matéria.

Como contestar a evidência? Se estou duvidando tenho a certeza da dúvida, não há infantilidade nesse estado mental, mas racionalidade e consciência.

Nietzsche sempre extrapolou, desde a sua crença exclusiva no homem dotado, no seu “super-homem”, exclusiva razão para cuidados e investimentos, até a contrariedade do sistema logístico, cartesiano, como expendido por Descartes, que morreu em paz embora agnóstico.

O “penso logo existo” cartesiano não faz prosélitos em nossos dias, nulidades muitas são declinadas, veículos de comunicação, todos, desinformam, desestimulam o estudo, fazem prosperar as nulidades, incentivam o descrédito ao estudo, encorajam manifestação de tolices, envolvem a mitomania que busca aparecer, afrontam até mesmo o “penso logo existo”, pois nem mesmo a dúvida aparece nesses magistérios do absurdo, desdizendo o óbvio e maltratando a primariedade, que seja.

Esperamos que o “existo” cartesiano, faça as pessoas pensarem, mesmo que estabeleça a dúvida que edifica e constrói, mesmo assaltando consciências.

É BOM PENSAR, MEDITAR, EXISTIR PARA ESSE FIM..............

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 11/02/2010
Código do texto: T2081626
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