RIO CLARO DO SUL
10/02/2010
Vamos para o rio!...Corram meninada...
Esta frase ecoa pelos labirintos de minhas lembranças,tão nítida,clara e transparente,como as águas daquêle rio que banhava as divisas de nossas terras.
Se me fosse concedido o privilégio de criar uma tela,com que satisfação meus pincéis traçariam a pequena "Dorizon".
A sonolência de aldeia,cúpulas de igrejas,mornas de sol,desafiando os braços das araucárias.´Gorjeios alegres em pátios que combinavam cheiros de plantas e incenso.As vestes imaculadas das freiras e como toque final,êle:o Rio Claro!...Cuja denominação não poderia ser outra...Tão limpo e translúcido como o luzir da minha saudade.
Corram meninada!...Duas palavras quase sussurradas por minha irmã mais velha e que vinham num tom de desafiadora rebeldia,afinal era preciso burlar a vigilância de mamãe que não admitia a brincadeira.
Mas aquelas adoráveis escapadelas no final do dia eram deliciosas aventuras das quais a calidez das tardes e as águas fugidias do rio fizeram-se cúmplices.
PS.Esta crônica é uma homenagem à minha espôsa "Nena",baseada em relatos de suas peraltices de infância na bucólica "Dorizon".Uma espécie de aldeia onde parece que o tempo parou em sua estação de águas termais,a estação ferroviária desativada e suas tardes quietas com pessoas (de origem eslava em sua grande maioria)sentadas em varandas ou de fronte as casas antigas à sombra verde e melodiosa das araucárias.Onde ainda os sinos anunciam a hora do "Angelus" e pode-se avistar,vez e outra,charretes e carroças à caminho das colonias de lavradores.