MISERICÓRDIA.

Assisti uma missa de sétimo dia singular relativamente à prédica que fez o sacerdote.

Ouvi atento o Ministro de Deus, confesso, o que não faço com frequência, no que estou errado.

Não são todos que me seduzem com seu verbo de forma a me prenderam a atenção, ao que meu pai, notável e notório orador como reconhecido unanimemente dizia que não importava o brilho das prédicas, sermões, pois alí estava um ministro de Deus, falava em seu nome, e isto era o mais importante.

Mas o padre merecia a atenção que me conquistou e falava da verdade, ser verdadeiro no sentido de ir aos sacramentos e rituais católicos não como mera vitrine social, ritos de passagem como referem os primários e ignaros, mas como um verdadeiro missionário da verdade que se tem no coração.

E falou da indiferença a Deus que se reflete aos próximos e exortou à bondade plena que sempre deve ser exercida, sem mentiras, como um eventual fazedor de ritos para a sociedade se satisfazer e aos que precisam ser para ela vitrines.

E falou principalmente na gravidade do momento das perdas irreparáveis, nas missas de sétimos dias onde chega a oportunidade de chegarmos perto de Deus, não como mentirosos que nada mais fazem que uma mera satisfação social, mas com arrependimento por estarmos distante de Deus, até mesmo negá-lo, e mesmo assim ir à sua Casa para cumprir “ritos de passagem” que não adotamos em nosso interior.

Como ir à casa de alguém de que estamos por algum motivo distante e cultuarmos seus sinais, que negamos ou somos indiferentes?

Deus é misericórdia, nós nada somos nem podemos julgar, mas Ele está onipresente vendo nosso arrependimento eficaz que é passível de perdão por nossas faltas em consciência para voltar ao seu convívio, mas é preciso que haja arrependimento eficiente e eficazmente, verdade, autêntica e fortalecida verdade.

Julgar não nos pertence e está escrito “não julgais para não serdes julgados”, a misericórdia e o perdão pertencem a quem nos mandou para viver nossa jornada, correta ou não, a pena aplica nossa consciência, é autoaplicável, persegue o pecador e lhe retira a paz.

Se há julgamento institucional de homem para homem, como fiz largo tempo, é também por chamamento de Deus, por sua convocação como está nas Cartas de São Paulo, mas a verdadeira e derradeira misericórdia, o julgamento definitivo, inocentar por arrependimento e culpa reconhecida e formalizada na consciência, só Deus pode conceder.

Para tanto temos de estar ao seu lado, ao lado de Deus, nunca ser indiferente ao plano divino, e isso, só alcançaremos pelo real arrependimento e pela caridade não sendo indiferentes aos nossos irmãos.

É assim que encetamos, querendo, um novo caminho

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 10/02/2010
Reeditado em 03/07/2010
Código do texto: T2079359
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