*A cumplicidade tem cor... É verde! *
 
Um dia alguém me deu como presente uma muda de Jambeiro (eu falo... Pé de Jambo!).
Quando ele atingiu 80 centímetros, pensei que plantá-lo no chão sería o ideal. Como soubesse de seu grande porte, escolhi adequadamente onde plantá-lo... Num 21 de Setembro (dia da árvore) eu o plantei.
Ele cresceu majestoso com suas flores e frutos de um suave perfume.
Um dia foi preciso construir um galpão.    ( ...meu marido ) Um mecânico aposentado e suas tralhas e ferramentas, queriam mais espaço...  O Jambeiro foi sentenciado para ceder seu lugar a o tal puxado...Briguei por ele, conseguindo sua permanência.   (... seu tronco ficou a uns dois palmos da parede. Eu vibrei pela vitória e quando ouvia os cantos dos assíduos visitantes que ali faziam ninhos, debruçava-me na janela e sussurrava a o Jambeiro nossa cumplicidade)!
Passaram-se mais alguns anos.
Era Setembro (coincidentemente) e ausentei-me dois dias.
Ao voltar notei farelos frescos de madeira que o vento trouxera, quase à porta dos fundos. Achei estranho...Como não havia ninguém em casa eu mesma fui averiguar de onde vinham àqueles farelos de madeira.
Tive um choque...Haviam optado pelo sacrifício do Jambeiro e em seu tronco foi feito um furo enorme e ali foi injetado um óleo preto (Diesel eu acho)
Chorei sabendo que precisava ser feito algo e com urgência para salvá-lo. Então espichei uma mangueira até seu tronco e com a pressão da água fiz uma lavagem direta no buraco feito pela furadeira... Em um balde misturei água e terra boa do minhocário... Injetei esta mistura no tronco ferido, com ajuda de espátula, funil e um cabinho de madeira...  Cobri o buraco com retalhos dum vaso de xaxim...Depois emendando alguns pares de meias-calças de nylon, finalizei o procedimento do socorro, prendendo o curativo, dando em torno do tronco algumas voltas de meias... Pressionando bem e torcendo pelo bom resultado.
Já fez dois anos do acontecido... Claro que a intenção malograda, deixou o responsável calado e sem jeito...  E eu tive que comprar pares de meias novas!  Mas quando ali no Jambeiro vem cantar um Trinca-Ferro... Procuro-o da janela e sorrio com aquele gostinho doce de vitória!
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         Obs:  Fiz um tratado de paz...  Que enquanto eu viver... O Jambeiro viverá!
 
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                                                     ( Iza )
09/02/2010
IZA SOSNOWSKI
Enviado por IZA SOSNOWSKI em 09/02/2010
Reeditado em 11/02/2010
Código do texto: T2078044
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