PALAVRAS DE UM AMOR PLATÔNICO
Desce-me à alma um antídoto doce e confortante; é sua voz! Aquele timbre suave que indagava-me sobre meu estado, fez aliviar em frações de tempo meu espírito amiúde melancólico no meio daquela praça. Mas como revelar isto a você? Você nem ao menos sabe o que sinto! Ah, se eu pudesse! Emitiria um brado troante até fazer-me sem voz. Mas por você, eu faria! Não tenho a pretensão de açambarcá-la como a um objeto. Ao contrário! Seria seu servo, entregar-me-ia por completo. Serviria a seu corpo e a sua alma. Mas, talvez você não queira um servo. Não é de sua índole! O seu jeito em si já me escravizou, monopolizou meu olhar, encarcerou meus sentimentos e minhas sensações. Vivo associando a você, as coisas boas da vida; A brisa da manhã em plena primavera, a noite estrelada, o pôr-do-sol, tudo o que nos traz paz. Saiba você que em certo momento de minha vida, estava eu incrédulo a respeito do amor, do verdadeiro sentimento que enlaça um homem e uma mulher. Via nos relacionamentos um ato mecânico entre indivíduos. Foi aí que manifestou-se meu pobre coração ao conhecer-te. Senti, então, essa energia. Eu não tenho palavras para definir ou narrar o que é sentir algo por você. Simplesmente sofro por dentro ao pensar em ti. Concebo momentos agradáveis, os quais eu sei, nunca acontecerão. Como seria grandioso tê-la nos braços! Uma sensação materialmente inalcançável, mas subjetivamente sentida. Está aqui, dentro de mim, dentro do meu universo, sem ser compartilhado com alguém, nem mesmo com você. Espero, enfim, que seja feliz! Mesmo eu não estando aí, ao seu lado.