A TERCEIRA MARGEM DO RIO.
A terceira margem do rio, distante, imaginária, de difícil acesso, mas de possível alcance....
Fica no meridiano entre o entendimento e a compreensão.
Chegar nessa altitude implica em viver-se intensamente, carregado nos braços da humildade, banhado na sabedoria dos sábios percorridos e estudados, mas antes refletidos, pois refletir sem estudar é perigoso, e estudar sem refletir é perder tempo.
Os pecados capitais, da cabeça, “caput”, devem ser alijados, expulsos de nosso interior vigorosamente, sem qualquer anuência, expurgados como dejetos lançados na fossa que é sua própria habitação.
Sem essa conduta, a limpeza como uma claríssima água não surgirá em transparência se à terra estiver misturada.
No agitar do comportamento a terra turvará a água, é preciso o repouso interior para aclarar essa transparência, nossa verdade, só nossa, e fazer distanciar-se a terra que a contamina.
Nessa estrada de pecados capitais a vaidade diminui ao invés de fazer crescer, a ira turva o pensamento e não permite acesso à sabedoria, a inveja consome o invejoso, nefanda como a falsa grandeza da soberba, e a pobreza espiritual da avareza se mostra, bem como a preguiça que nada edifica, todos, devem ser lançados para fora de nosso santuário anímico, não permitindo também que a luxúria retire o verdadeiro prazer por cindir e neutralizar a ternura, realizando o sexo exclusivamente sua força nuclear que movimenta a natureza, atividade humana que alia prazer e sentimento.
A terceira margem do rio está em nossas mãos, pode ser alcançada, mas a relativa felicidade que ela abriga, pode fugir por entre os dedos, escoando no rio da vida, se deixamos as mãos abertas aos anátemas capitais.