A TERCEIRA MARGEM DO RIO.

A terceira margem do rio, distante, imaginária, de difícil acesso, mas de possível alcance....

Fica no meridiano entre o entendimento e a compreensão.

Chegar nessa altitude implica em viver-se intensamente, carregado nos braços da humildade, banhado na sabedoria dos sábios percorridos e estudados, mas antes refletidos, pois refletir sem estudar é perigoso, e estudar sem refletir é perder tempo.

Os pecados capitais, da cabeça, “caput”, devem ser alijados, expulsos de nosso interior vigorosamente, sem qualquer anuência, expurgados como dejetos lançados na fossa que é sua própria habitação.

Sem essa conduta, a limpeza como uma claríssima água não surgirá em transparência se à terra estiver misturada.

No agitar do comportamento a terra turvará a água, é preciso o repouso interior para aclarar essa transparência, nossa verdade, só nossa, e fazer distanciar-se a terra que a contamina.

Nessa estrada de pecados capitais a vaidade diminui ao invés de fazer crescer, a ira turva o pensamento e não permite acesso à sabedoria, a inveja consome o invejoso, nefanda como a falsa grandeza da soberba, e a pobreza espiritual da avareza se mostra, bem como a preguiça que nada edifica, todos, devem ser lançados para fora de nosso santuário anímico, não permitindo também que a luxúria retire o verdadeiro prazer por cindir e neutralizar a ternura, realizando o sexo exclusivamente sua força nuclear que movimenta a natureza, atividade humana que alia prazer e sentimento.

A terceira margem do rio está em nossas mãos, pode ser alcançada, mas a relativa felicidade que ela abriga, pode fugir por entre os dedos, escoando no rio da vida, se deixamos as mãos abertas aos anátemas capitais.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 09/02/2010
Reeditado em 09/02/2010
Código do texto: T2077397
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.