GENINHO - O CONQUISTADOR
Ninguém se perguntava por que Geninho era conquistador... Alto, forte, loiro, olhos esverdeados, cabelo castanho-claro, nariz levemente afilado, boca bem feita, sorriso largo, sobrancelhas bem alinhadas emoldurando o semblante vívido com um leve toque de intelectualidade (falava bem, tinha boa dicção), jovem ainda, tinha apenas vinte e sete anos. Geninho era um conquistador inveterado.
- Não tem mulher difícil, tem mulher mal cantada – dizia esfregando as mãos. Geninho era o terror da mulherada.
- Ei! Psiu, bom dia! Aonde vai assim, tão bonita? - Maria fez que não ouviu. Maria era uma mulher séria. Mas não resistiu aos encantos de Geninho:
– Oi! falou comigo? - E era assim, todas se rendiam ao
seu charme.
– Não tenho culpa. Não pedi a Deus para nascer assim, bonito – dizia Geninho. Assim o tempo ia passando e Geninho nem se preocupava em arranjar um emprego.
– Não preciso trabalhar. As mal amadas me dão roupa, calçado e dinheiro. - Geninho dava preferência às casadas por que não pegavam no seu pé.
- Estou na iminência (eu disse, Geninho falava bem), de conquistar uma gata de fazer inveja. Todo dia a veja na padaria. É casada, tem aliança no dedo da mão esquerda – dizia Geninho para os amigos...
– Esse Geninho é uma parada... – respondiam os amigos em uma só voz. O tempo passava e Geninho não desistia de fazer galanteios à mulher que via todo dia na padaria.
Era uma segunda-feira, Geninho, ainda com cara de sono, dirigiu-se à padaria. Não, não ia comprar pão e nem tomar café. Ia botar os olhos “gordos” em cima da mulher que há tempo vinha tentando conquistar.
– Lá vem ela! – Exclamou esfregando as mãos. Esperou a mulher entrar na padaria...
– Oi gata! – A mulher não lhe deu atenção, foi saindo. Geninho insistiu:
– benzinho! Preciso falar com você, trouxe ummm... - Ouviu-se três disparos de arma de fogo e uma voz tonitruante:
- Isto é para você aprender respeitar mulher alheia seu imbecil!! - O corpo de Geninho tombou sem vida, a mão direita segurando um ramalhete de flores...