...QUEBRANDO O FINO GELO DO PRAZER APARENTE...
Sobre estar se misturando a lençóis alheios e corpos que silenciam banhados de suor. Sexo casual vira amor? Pergunto coisas, mas não me importam as respostas, são apenas palavras que muitas vezes se perdem entre as lembranças da noite passada e o cansaço do dia exaustivo que vai terminando. Eu acredito que seja apenas mais um cara detestável que não terá lugar entre as memórias de seus adoráveis amantes de fim de semana, embora saiba que você não os tenha na vida real, talvez culpa de suas doces fantasias, talvez culpa das poesias que esqueci propositalmente dentro dos seus cadernos. Nós combinamos que tudo não passaria de um beijo despretensioso por não termos companhia no fim de semana. Não conseguimos enganar a nós mesmos com as suaves mentiras que criamos de improviso por não saber o que fazer com a falta das palavras. As palavras faltavam porque não era realmente hora de se dizer nada. Foi bom sentir sua língua se vestindo com meus lábios. Todos os segredos se tornavam explícitos a cada respiração compartilhada. Você queria vinho mas nosso dinheiro só pagou a cerveja, e envolvidos numa leve embriaguez descobrimos que a gravidade nos levaria ao chão por estarmos alto demais momentos antes. Quebramos o gelo e mergulhamos em água desconhecida em busca de algo que pudesse transformar o frio da adolescência em algo que pudéssemos nos abraçar quando a demorada escuridão chegar. E os dias de adulto tardam, mas sempre chegam...