EXTREMOS
Verão incrível! Inclemente, o calor ultrapassa os 40 graus no Rio Grande do Sul. Sensação térmica, aqui em Santa Maria, de 44 graus! Seca total. Nem uma nuvenzinha se "desmancha" para amenizar o abafamento. A terra, no quintal da minha casa, sem um pingo de umidade, não tem condições mais de abrigar qualquer plantinha.
Todos sofrem. Plantas, animais, pessoas. Os casos de arritmia, pressão e falta de ar, levam, todos os dias, gente aos hospitais. Eu mesma já experimentei, esta semana, aquela sensação de coração galopando a 160. Me senti um avião a ponto de decolar... para a inconsciência.
Por outro lado, parece que a água se concentrou toda na Grande São Paulo. Os quadros vistos pela TV são terríveis. Naquele mar de águas, que submerge as casas, há escassez de água potável! Há falta de energia. Me vejo aqui, sofrendo o exagero térmico e pensando que lá a situação é pior. Porque a enxurrada destrói, desabriga, mata.
Ah, meu Brasil do clima variado! Meu Rio Grande das quatro estações! Como éramos felizes com a rotina climática! Para onde foram aqueles dias alegres do verão, quando o Sol fazia bem à pele e aos ossos? Quando absorvíamos a energia revigorante do astro-rei e espantávamos a depressão com seus raios cálidos? Para onde foram aqueles dias de chuva calma, abençoando a terra, quando o homem produzia no campo e tudo era previsível? Quando crianças podiam brincar nas ruas e quintais, debaixo das gotas calmantes da água?
Extremos extremados, descontrolados. A natureza fugiu ao controle do homem. Pobre homem, tão ereto em seu pedestal de orgulho, pensando ter o domínio dos fenômenos climáticos!
Calor e chuva. Chuva e sol. Sol e seca. Homem e natureza. Natureza e economia. Economia e desmatamento. Desmatamento e queimadas. Queimadas e seca. Seca e calor. Calor e sol. Sol. Chuva. Transtornos. Destruição. Perdas. Miséria.
Será que esses fatores conseguirão domar o egocentrismo humano? Ou já é tarde demais para arrependimento? O tempo dirá...