CRUELDADES DA INVASÃO DO BRASIL
Durante a ocupação da Judéia pelos romanos, um homem foi visto como uma ameaça ao imperador Otavio Augusto. Seu nome: Jesus Cristo. Pregava o amor, a humildade e a justiça. Foi preso por ordem do governador Pôncio Pilatos – também chamado PHC (Pôncio Hostil a Cristo) – e crucificado.
Essa relação entre dominadores e dominados, infelizmente não mudou muito com o passar dos anos. Aqui no Brasil, quando se comemora 500 anos de invasão portuguesa – e não descoberta, como muitos dizem por aí -, um índio, outro Jesus, chamado Galdino Jesus dos Santos, foi queimado por alguns homens brancos, invasores de suas terras. Ele estava em Brasília clamando por justiça. Sabia que além dos portugueses existiam outros invasores: franceses, holandeses, italianos, japoneses e muitas empresas multinacionais. Entretanto, queria apenas mais direitos para o seu povo. Não foi preso nem julgado, mas foi executado. Contorcia-se de dor, enquanto via o seu corpo ter o mesmo fim que tivera as suas florestas. Não se pode dizer que o governante do Brasil lavou as mãos como Pilatos, já que ele as traz sempre atadas.
A aculturação incorporou novos hábitos aos índios. O barulho da serra devastando as florestas é uma constante. Não se contentam mais com espelhinhos e outras bugingangas, porque perceberam o grande valor do dinheiro, especialmente de uma nota que tem a cor das florestas. Alguns que têm acesso à televisão ficam sem entender a insistência da TV em mostrar tantos bumbuns, coisa tão banal entre eles. Também ignoram o significado de uma grande quantidade de siglas que invadem a telinha: INSS, CPMF, FHC, FMI e outras. Chegam, na sua singela inocência, a acreditar que CPI significa Campanha de Proteção ao Índio. Outros, indignados com a morte dc Galdino, revoltam-se. A cristianização, freando os impulsos agressivos, realiza verdadeiros milagres, fazendo-os crer que a sigla ACM quer dizer: Até Cristo Morreu!
(17/04/1999).
Durante a ocupação da Judéia pelos romanos, um homem foi visto como uma ameaça ao imperador Otavio Augusto. Seu nome: Jesus Cristo. Pregava o amor, a humildade e a justiça. Foi preso por ordem do governador Pôncio Pilatos – também chamado PHC (Pôncio Hostil a Cristo) – e crucificado.
Essa relação entre dominadores e dominados, infelizmente não mudou muito com o passar dos anos. Aqui no Brasil, quando se comemora 500 anos de invasão portuguesa – e não descoberta, como muitos dizem por aí -, um índio, outro Jesus, chamado Galdino Jesus dos Santos, foi queimado por alguns homens brancos, invasores de suas terras. Ele estava em Brasília clamando por justiça. Sabia que além dos portugueses existiam outros invasores: franceses, holandeses, italianos, japoneses e muitas empresas multinacionais. Entretanto, queria apenas mais direitos para o seu povo. Não foi preso nem julgado, mas foi executado. Contorcia-se de dor, enquanto via o seu corpo ter o mesmo fim que tivera as suas florestas. Não se pode dizer que o governante do Brasil lavou as mãos como Pilatos, já que ele as traz sempre atadas.
A aculturação incorporou novos hábitos aos índios. O barulho da serra devastando as florestas é uma constante. Não se contentam mais com espelhinhos e outras bugingangas, porque perceberam o grande valor do dinheiro, especialmente de uma nota que tem a cor das florestas. Alguns que têm acesso à televisão ficam sem entender a insistência da TV em mostrar tantos bumbuns, coisa tão banal entre eles. Também ignoram o significado de uma grande quantidade de siglas que invadem a telinha: INSS, CPMF, FHC, FMI e outras. Chegam, na sua singela inocência, a acreditar que CPI significa Campanha de Proteção ao Índio. Outros, indignados com a morte dc Galdino, revoltam-se. A cristianização, freando os impulsos agressivos, realiza verdadeiros milagres, fazendo-os crer que a sigla ACM quer dizer: Até Cristo Morreu!
(17/04/1999).