Nove meses depois...
Eu vi os dois trocando farpas em um barzinho da orla de Salvador. Não lhes dei um "alô!"; achei que devia respeitar o momento difícil que pareciam enfrentar. Terminaria sendo chamado de enxerido.
Vem dos antigos a dica de que, em briga de marido e mulher, não se põe a colher.
Até porque, as arengas matrimoniais, na maioria das vezes, diluem-se sob o aconchego de um edredom amigo, em noite de carícias infindáveis e indescritíveis...
Deixei-os, pois, à vontade; cada um exercitando sua capacidade de solucionar seus problemas. Fiquei, porém, torcendo para que, depois de um civilizado quebra-pau, entre beijos ardentes e abraços demorados, a PAZ os envolvesse.
Quando cheguei no barzinho, para o costumeiro chope, já os encontrei com as caras amarradas.
Sobre mesa do casal, uma garrafa de vinho tinto, pedacinhos de queijo, e azeitonas pretas. O vinho era um reserva chileno, confidenciou-me o garção Jersino, meu velho conhecido, desde noitadas de memoráveis porres.
Foi difícil entender por que bebiam vinho.
A noite era de lua cheia, mas fazia calor. Não soprava a brisa, misteriosa e doce, do mar de Amaralina.
Por que não um chopinho?
Não eram recém-casados.
Sabia-os legalmente unidos, há mais de cinco anos. Até me recordava do beijo que tinham trocado na noite do casório, sob o olhar encabulado do santo vigário da paróquia.
Preparava-me para o terceiro chope, quando os vi deixando o botequim. No dia seguinte, disseram-me que, por volta da meia-noite, eles foram flagrados saindo de um hotel!... Ainda não existiam moteis.
Nove meses depois, fui convidado para o batizado de Carolina, a primeira filha de Sicrana, minha boa amiga.
Aceitei o convite, dizendo-lhe ao ouvido: que briguinha legal aquela; naquele barzinho da orla; naquele fim-de-noite, hein? Eu vi...
Ela sorriu. E me beijou, lembrando que eu fora seu padrinho de casamento...
Carolina é, hoje, uma mulher madura, uma coroa boniiiiiiita. E Sicrana? Morreu...
Eu vi os dois trocando farpas em um barzinho da orla de Salvador. Não lhes dei um "alô!"; achei que devia respeitar o momento difícil que pareciam enfrentar. Terminaria sendo chamado de enxerido.
Vem dos antigos a dica de que, em briga de marido e mulher, não se põe a colher.
Até porque, as arengas matrimoniais, na maioria das vezes, diluem-se sob o aconchego de um edredom amigo, em noite de carícias infindáveis e indescritíveis...
Deixei-os, pois, à vontade; cada um exercitando sua capacidade de solucionar seus problemas. Fiquei, porém, torcendo para que, depois de um civilizado quebra-pau, entre beijos ardentes e abraços demorados, a PAZ os envolvesse.
Quando cheguei no barzinho, para o costumeiro chope, já os encontrei com as caras amarradas.
Sobre mesa do casal, uma garrafa de vinho tinto, pedacinhos de queijo, e azeitonas pretas. O vinho era um reserva chileno, confidenciou-me o garção Jersino, meu velho conhecido, desde noitadas de memoráveis porres.
Foi difícil entender por que bebiam vinho.
A noite era de lua cheia, mas fazia calor. Não soprava a brisa, misteriosa e doce, do mar de Amaralina.
Por que não um chopinho?
Não eram recém-casados.
Sabia-os legalmente unidos, há mais de cinco anos. Até me recordava do beijo que tinham trocado na noite do casório, sob o olhar encabulado do santo vigário da paróquia.
Preparava-me para o terceiro chope, quando os vi deixando o botequim. No dia seguinte, disseram-me que, por volta da meia-noite, eles foram flagrados saindo de um hotel!... Ainda não existiam moteis.
Nove meses depois, fui convidado para o batizado de Carolina, a primeira filha de Sicrana, minha boa amiga.
Aceitei o convite, dizendo-lhe ao ouvido: que briguinha legal aquela; naquele barzinho da orla; naquele fim-de-noite, hein? Eu vi...
Ela sorriu. E me beijou, lembrando que eu fora seu padrinho de casamento...
Carolina é, hoje, uma mulher madura, uma coroa boniiiiiiita. E Sicrana? Morreu...