SIGA DESCARTES E SEJA FELIZ
 
 


Sou o que se poderia chamar de uma grande interrogação, envolta num pensamento inquieto, indagador voltado principalmente para a complexidade da condição humana. Na Filosofia reconheço a profundidade do pensar, mas tem lá as suas restrições, os seus limites, suas contradições, interroga  mais do que explica, embora tenha  suas reflexões importantes, e seja capaz , como nos ensina o professor Mendes Melo, de detalhar e dissecar os mais variados temas e procurar , nos limites da inteligência e perspicácia do homem, responder as grandes interrogações, sem contudo, chegar a conclusões satisfatórias para a unanimidade dos próprios filósofos.
 
Já em A Ordem das Razões: Descartes Metafísico, ensina  que Filosofia é o estudo da Sabedoria, isto é, um “perfeito conhecimento de todas as coisas que o homem pode saber, tanto para conduta de sua vida como para a conservação de sua saúde e a invenção de todas as artes”, e que a ambição do filósofo é universal, seu alvo é construir uma doutrina que baste à prática da vida terrestre que nos permita atingir a felicidade, contudo, tal doutrina só é verdadeiramente útil caso esteja inabalavelmente alicerçada aos olhos de quem quer que deseje dar-se ao trabalho de ficar atento, e não apenas recebida de um preceptor.
 
Descartes estabelece uma ordem dos estudos para que seja atingido por aqueles que ainda não estão deformados pelos prejuízos da “Escola” e que se resume no seguinte: formar primeiro uma moral, isto é, elaborar para si uma regra de vida; exercitar-se em pensar justamente, não aprendendo as regras da “Lógica”, mas praticando raciocínios, sobre questões “fáceis e simples”, como as das Matemáticas, a fim de aprender “ a bem conduzir sua razão para descobrir as verdades que se ignoram”; dedicar-se, enfim, efetivamente à verdadeira Filosofia, cuja primeira parte é a Metafísica, ou seja a pesquisa dos primeiros princípios do conhecimento. Todo o resto deve daí decorrer: Física e ciência da vida, posto que, uma vez estabelecidos os princípios, basta continuar a racionar por ordem.
 
Isto posto, feito um bom cartesiano, é só   seguir a ordem estabelecida por Descartes, que você chega na tal da felicidade. Facinho, facinho .

P S: Recorri ao”Discurso do Método” de René Descartes para  a elaboração   deste texto.
Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 03/02/2010
Código do texto: T2066548
Classificação de conteúdo: seguro