QUEM INVENTOU O RÁDIO?

Padre Roberto Landell de Moura nasceu em Porto Alegre e foi educado em Roma. Era dotado de altíssima inteligência. Em 1896, após desenvolver um projeto de transmissão de voz, Landell foi a São Paulo exibir seu invento ao público e assim tentar arrumar um patrocinador.

Para surpresa de todos conseguiu transmitir a voz humana por oito quilômetros em linha reta, ou seja, da avenida Paulista até o Alto de Santana, na zona norte da cidade. Mesmo assim, com todo o sucesso do evento, o padre inventor não conseguiu o sonhado patrocínio.

Em 1900, Landell repetiu o experimento na presença de jornalistas e de um representante do governo britânico, desta vez com maior repercussão. O êxito das experiências do Padre Landell contudo, não tiveram a devida acolhida das autoridades brasileiras da época, foram praticamente ignoradas. O padre inventor sofreu assim mais uma decepção com o governo do seu país. Quantas e que amargas decepções experimentou Padre Landell ao ver que o governo e a imprensa de seu país, em lugar de o alentarem com aplauso, incentivando-o a prosseguir na carreira triunfal, fez pouco ou nenhum caso de seus notáveis inventos.

Padre Roberto Landell de Moura era visto por uma população ignorante como herege, feiticeiro perigoso e louco, tudo isso motivado por seus experimentos envolvendo transmissões de rádio, pagou com sofrimento, isolamento e indiferença sua posição de absoluto vanguardismo científico.

Numa tarde, ao retornar da visita a um doente, encontrou a porta da casa paroquial arrebentada e seu laboratório e instrumentos completamente destruídos.

Desiludido com a incompreensão e falta de apoio do governo brasileiro, o padre Landell partiu no ano seguinte para os EUA, onde impressionou a comunidade científica. Recebeu inúmeras ofertas de empresários americanos, verdadeiras fortunas, todavia, patriota ferrenho, ele as recusou. O padre acreditava que as invenções pertenciam ao Brasil.

No ano de 1904 ele conseguiu patentear suas invenções, mas era tarde demais; na surdina Marconi já o havia feito em 1896.

Ao voltar para o Brasil, Landell tentou mais uma vez convencer o governo a financiá-lo. Seu plano incluía uma demonstração envolvendo dois navios da Marinha. Ao ser perguntado sobre a distância que os navios deveriam ficar um do outro, o padre erroneamente não reteve seu entusiasmo e respondeu: “Coloquem-nos na maior distância possível, pois esse invento um dia permitirá até conversas interplanetárias!” Foi o suficiente para ser taxado de louco.

Humilhado e desiludido o padre inventor acabou abandonando a ciência e dedicando-se exclusivamente à vida religiosa. Pelo seu pioneirismo, o Padre Landell é o patrono dos radioamadores do Brasil. Além do rádio, Landell de Moura também projetou a televisão, no início do século XX, muitos anos antes da referida invenção ser anunciada ao mundo. Ele patenteou seus inventos no Brasil e nos Estados Unidos.

Marconi patenteou seu invento em 1896, dois anos depois da primeira exibição de Landell.

Ele criou a Companhia Marconi para uso comercial e seus inventos, e sem sombra de dúvida foi o primeiro a investir comercialmente no rádio.

Para corrigir um erro histórico e, ao mesmo tempo, valorizar a ciência nacional, o Governo Brasileiro precisa reconhecer oficialmente o pioneirismo do Padre Roberto Landell de Moura no desenvolvimento das telecomunicações, precursor das invenções do rádio, da televisão e do teletipo, além da recomendação do uso das ondas curtas e da utilização em seus aparelhos do princípio do laser e das fibras ópticas.