Lembranças de Natal

Éramos ainda pequenas, minha irmã com sete anos e eu

com cinco. Morávamos em uma pequena cidade muito pró-

xima de São Paulo e estávamos na vésperas do Natal.

Os preparativos, como sempre eram muitos: a árvore linda, as

compras para a ceia, os cartões e oe presentes, a presença

dos tios, primos e amigos.

Nossa família com seis filhas era muito animada, minha mãe e

meu pai atenciosos com todos.

Nos finais de ano a direção do Banco onde meu pai trabalhava

mandava presentes para as famílias dos funcionários: cestas de

Natal e muitas lembranças...

Para as crianças menores, um grande saco de tecido cor-de-

rosa cheio de presentes para cada uma. Eu e minha irmã Márcia

éramos agraciadas com o tal mimo.

Nossos pais diziam que era presente de papai Noel...

Muito cuiriosa, na noite de Natal, fui até a sala ver o que ía-

mos ganhar e troquei, sem que ninguém visse, um dos presen-

tes. Eu irira ganhar um astronauta prateado e vermelho, está-

vamos na época da corrida espacial, pois em 57 haviam envi-

ado o Sputinik, (primeiro satélite espacial), mas como não

gostei troquei por uma linda lancheira rosa e verde-limão de

plástico, (plástico também era novidade!).

Quando acordamos, minha mãe me convenceu de que a Má-

cia é que precisava da lancheira para levar à escola e eu fiquei

mesmo com o tal astronauta. No ano seguinte, ganhei uma lan-

cheira igualzinha!

Muitos anos depois, morando aqui em Franca, e também nas

véperas do natal, uma vizinha e eu, ambas adolescentes, saímos

para passear no centor da cidade. As lojas mais bonitas eram :

A Cinderela, a Jóia, a Galeria Global e o Magazine Luíza que hoje

é uma grande rede. Dizíamos que queríamos ver camisa, cintos,

e carteiras para darmos para nossos namorados. As vendedoras

atenciosas desciam caixas e caixas, depois agradecíamos e pro-

metíamos voltar mais tarde para comprar. Saíamos rindo, feli-

zes... Naõ tínhamos namorados, somente sonhos!

A moda daquela época eram os vestidos de lurex, muito brilho

nas roupas e sapatos, geralmente prateados para combinar

com tudo.

Laércio da Franca e Anchieta, "abrilhantavam" os bailes de

formatura e festas de Rèveillon, e nas ceias de Natal, estáva-

mos todos com nossos familiares.

Hoje a saudade é um bálsamo para a ausência de entes queri-

dos, e minha única traquinagem é escrever!

Vivam, queridos leitores, intensamente os momentos felizes a

cada dia, a cada minuto, a cada Natal, porque tudo passa e se

transforma. Feliz Natal a todos!

Adria Comparini
Enviado por Adria Comparini em 02/02/2010
Reeditado em 02/02/2010
Código do texto: T2065254
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