FOI O REI QUEM MANDOU ...

Pelé, a Maravilha Negra, o Rei do Futebol, o Atleta do Século, o maior jogador de futebol de todos os tempos, o homem surgiu aos dezessete anos nos times profissionais do Santos, em Vila Belmiro, e já aos dezoito anos, na Seleção do Brasil na COPA DO MUNDO DE 1958, na Suécia, encantou o mundo e se sagrou campeão do planeta. Jogava muuuiiito ! ...

Ele era, de fato, um fenômeno, dentro e fora do campo. Temido pelos adversários, elogiado por toda a imprensa, admirado por torcedores dos quatro cantos do globo, Pelé ultrapassou a marca dos 1284 gols em sua vitoriosa carreira esportiva, jogando apenas no Santos, de São Paulo. No final da carreira foi para os Estados Unidos e defendeu o Cosmos, de Nova York, onde contribuiu para a difusão do “soccer”naquele país, enobrecendo a arte do esporte bretão.

Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, teve as portas abertas em todos os locais por onde andou, fosse a palácios de reis, de rainhas, de príncipes, de magistrados, de sultões, líderes políticos e chefes de governo, autoridades, sempre primando pela simpatia e pela elegância, levando a mensagem de fé e crença nos valores do esporte.

Jogando pelo Santos, certa feita, no Maracanã, contra o Vasco da Gama e pelo torneio Rio x São Paulo, Pelé foi protagonista de um caso interessante, segundo a crônica esportiva da época.

O Santos, sempre um timaço, verdadeira constelação de astros como Pelé, Dorval, Coutinho, Pepe, Mengálvio, Zito, Clodoaldo, Gilmar e outras feras, esbarrava na defesa do bom time do Vasco, integrada por Pedro Paulo, Ferreira, Brito, Fontana e Lourival. O Brito e o Fontana, os dois “xerifes” do miolo de zaga, impunham o maior respeito aos atacantes, jogando duro mas com lealdade. O Vasco ganhava a partida por 1 x 0, no primeiro tempo, e ao iniciar-se o segundo tempo o Santos partiu pra cima do “Almirante” como um rolo compressor, disposto a virar o jogo. Mas a defesa do Vascão estava firme como rocha, bem postada, sob o comando da dupla de gigantes, Brito e Fontana, os quais começaram a gozar o ataque peixeiro, objetivando enervar Pelé e companhia.

“- Brito, você viu algum “Rei” por aí? ...”, perguntava alto e sorridente o Fontana, buscando Pelé com olhar matreiro.

“- Não tou vendo ninguém de coroa, Fontana, não tou vendo!”

Aquilo foi mexendo com a fera, que saiu do meio e foi atuar pelo lado direito do campo. Num ataque do time de Vila Belmiro, a bola foi lançada pelo alto e o Pepe, lá da ponta esquerda, emendou um sem-pulo que estufou as redes do Vasco, empatando o jogo. E o “rei” se desdobrava, recuando, buscando jogo, tabelando com seus pares, driblando, chutando ao arco defendido por Pedro Paulo, o diabo! E o Fontana gozando:-

“- E aí, Brito? Você viu o “Rei”? ...”

Mal acabou de zombar, o Pelé apanhou a redonda na intermediária, dominou, correu em direção à dupla de zaga, driblou o Brito, depois o Fontana, disparou pro gol, driblou o goleiro e entrou com bola e tudo! ... Aí foi ao fundo das redes, apanhou a pelota e veio com ela pro meio do campo. Ao passar pelo Fontana, no meio do caminho, atirou-lhe a bola no peito, dizendo:-

“- Toma aí, Fontana! Leva pra tua mãe e diz pra ela que foi o “Rei” quem mandou! ...”

-o-o-o-o-o-

B.Hte., 01/02/10

RobertoRego
Enviado por RobertoRego em 01/02/2010
Reeditado em 17/02/2010
Código do texto: T2063837
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