A esquecidinha.

Ela esteve casada por 47 anos com o amor da sua adolescência.

Um pouco antes do falecimento dele, ela tirou carta de motorista e ele, como sempre ao seu lado a orientá-la com orgulho zeloso.

Seu segundo marido não dirigia, mas adorava passear com ela no carro vermelho zerinho que lhe deu de presente.

Ela se sentia muito bem indo e vindo pela cidade pequena, onde todos lhe davam passagem. Afinal, a professora conhecida e viúva do delegado, tem prioridade.

Há um ano, viúva pela segunda vez, às vezes se atrapalha com o carrinho vermelho.

Outro dia ela ligou para o sobrinho que é mecânico e mora há 70 km - Nele ela confia! – Beto, meu carro não pega. Dá pra você vir ver o que está acontecendo? Quando ligo ele acende tudo que é luz no painel. Sei lá...acho que está na hora de trocá-lo por um novo...

_ Tia, eu estou um pouco atrapalhado por aqui, mas irei aí no final da semana. Deve ser coisa simples, quem sabe, a bateria... Não se preocupe.

No outro dia à tardinha ela dá retorno:

_ Beto, é a tia Mariazinha. Não precisa mais, o mecânico do tio delegado já acertou o carro: Eu havia esquecido de colocar gasolina...kkkkkk. Venha se quiser no final de semana, mas está tudo bem!

Anita D Cambuim
Enviado por Anita D Cambuim em 01/02/2010
Reeditado em 04/02/2010
Código do texto: T2063729
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