Ponto Final






                                                               A minha intenção era escrever sobre as festas de Santo Antônio, o padroeiro da cidade de Miracema. Sempre espero ansioso pelo mês de junho, quando ocorre esse festejo tradicional, principalmente para saborear os bolinhos de aipim, recheados com carne moída, que se desfazem na nossa boca de maneira deliciosa e com um sabor que nunca vi em lugar nenhum do mundo.                                                                   Penso que nem no Nordeste se faz igual, feito com muito esmero e religiosamente pelas senhoras da Igreja Matriz de Santo Antônio, sob a direção competente do Padre Matheus, recentemente promovido a Monsenhor (talvez esse bolinho tenha influenciado a promoção do nosso padre, mas esse pensamento malicioso, claro, só poderia ser de alguém habituado a cometer o pecado da gula, não podendo,portanto, ser levado a sério).
                                                          O nosso Monsenhor Matheus é um indiano já adaptadíssimo aos costumes miracemenses, saudando na rua seus párocos com o inconfundível ei! Quando pára para conversar mais demoradamente, entremeia suas frases, em bom português, mas com sotaque indiano, com o inconfundível é, ué!!!
                                                         Mas o que me traz aqui neste cantinho das minhas surradas crônicas é relembrar o doloroso acidente do avião da TAM, com cujo luto dos familiares dos mortos, todos nós nos solidarizamos, ocorrido em São Paulo.                                                               Agora todos ficamos sabendo da existência de flaps, idles, reversos, arremetidas, manetes e outros bichos aeroviários. O caos aéreo ou apagão, como queira o leitor denominar, mostrou de modo muito claro a desordem e a incompetência neste setor vital e importante para o país.
                                                        Como reação tardia, procurou-se um salvador e eis que surgiu o eminente jurista Nelson Jobim, gaúcho de decisão, que imediatamente começou a botar ordem na casa. Vi pela televisão várias declarações enérgicas dele, sempre concluindo com um ponto enfático: “Não haverá mais conexões no aeroporto de Congonhas, PONTO!” ; “Toda a Diretoria da Infraero será mudada, PONTO!”; “Se houver aumento abusivo das passagens aéreas, o Governo não permitirá, PONTO!”.
                                                        Nunca pensei que uma simples frase, terminando com um pomposo ponto desses surtisse tanto efeito benéfico, pelo menos para mim, que passei logo a acreditar no homem.
                                                      Realmente, precisávamos desse ponto final neste caos absurdo que ocorria no setor aeronáutico da nação. Depois de tantas vírgulas, ponto-e-vírgulas, reticências,exclamações e interrogações do nosso sofrido povo, só um PONTO FINAL poderia acabar com essa calamidade inominável.
                                                     Aplaudimos de pé o nosso atual Ministro da Defesa, que até já apareceu de uniforme de campanha de guerra, tipo Fidel Castro, lembrando mesmo Charles De Gaulle durante a segunda guerra mundial, pontuando todas as decisões para que reine novamente a segurança que tanto necessitamos.
                                                    Minha opinião pessoal: caso o nosso Ministro resolva de vez, como acredito que resolva, o caos aéreo, sou a favor de requisitá-lo para a segurança publica do Rio de Janeiro, pois tenho certeza que ele resolveria o problema da nossa criminalidade. PONTO!!!