O ser mais perfeito e companheiro
A gente vive em um mundo em que não é qualquer coisa que consegue nos surpreender e nos fazer bem. Os filmes já não são mais os mesmos, os livros já não nos prendem tanto, os fenômenos da natureza já não encantam mais (isso quando não são catastróficos), e as pessoas, bom, essas não preciso nem falar que são poucas as que ainda param e pensam que o mundo não pertence só a elas mesmas e aos que obrigatoriamente têm de atender às suas necessidades com um sorrisinho estampado no rosto. Pois bem, eu, graças a Deus, faço parte das poucas que ainda gostam de pessoas. Mas não fugindo do meu real motivo de escrever isso, mesmo gostando de pessoas, devo confessar que um dos seres que mais me encantam atualmente não é uma pessoa. Trata-se de um cãozinho vira lata que me acompanha e consegue ser perfeito mesmo depois de ter estraçalhado com o rolo de papel higiênico, e enchido a minha cama com seus pelos. É realmente fascinante o poder que ele tem de me estressar e mais fascinante ainda a maneira com que ele consegue fazer eu esquecer o que é a palavra stress. Ele tem um olhar tão carinhoso quando me vê triste, e tão convidativo para fazer folia quando estou descontraída. É perfeito enquanto dorme e mais perfeito ainda enquanto corre pela casa com as minhas coisas arrastando. Além da companhia, ele é fiel e amigo. Me fez lembrar valores que eu tinha esquecido, ou pelo menos deixado guardados. Escrevendo agora, pode parecer que eu esteja subestimando as pessoas, mas não, apenas estou tentando mostrar que o amor que une nós seres humanos, deveria ser igual ao que une os animais aos seus donos. Sim, porque é um amor fiel, desinteressado, é apenas um amor, um amor que faz bem… amor incondicional, que simplesmente ama, que a única coisa que se espera em troca é um afago no pescoço. Amor que ama apenas porque ganha atenção. Amor que te espera chegar em casa todo feliz mesmo sendo deixado sozinho. Um amor de cachorro. Pra ser sincera, acho que as pessoas deveriam amar assim, teríamos um mundo bem melhor… Mas como eu já disse antes, eu amo as pessoas, apenas estranho o fato de não ser meu semelhante um daqueles que mais me faz bem.