ROSI
 
 
         Enfermeira, magrinha, leve, vestida de azul faz a sua profissão.
         Atende aos doentes com suave sorriso. Seus olhos adoçam buscando a agulha na pele, na veia sumida. E vai procedendo com os instrumentos salvando a vida, aplicando o soro e os remédios vitais, mas seu tom de voz, sua compreensão passam carinho e proteção.
         Como nenhum, sua presença, seus movimentos e atenções, ela é o Anjo, mais que os remédios, ela é a cura.
         Rosi, a enfermeira, enquanto colhe o sangue conversa e pergunta: _ “sente frio?”
         Em sorriso acariciante vai dizendo: “assim que acabar vou pegar um lençol pra te aquecer! Espera um pouquinho?”
         O corpo esquálido, no seu estertor, não mais sente a dor e o lençol dobrado chega e lhe envolve como uma manta de amor, como um cobertor.
         É Rosi na emergência do Hospital São Lucas passando alma, passando calor, suavizando o corpo e o medo, eliminando a dor.
         O Anjo não está no céu, o anjo é Rosi, de Rosilene, que não faz pose, o Anjo é Rosi e é só de mel.
 
         Há pessoas na terra entre nós que ninguém sabe, passa ali despercebida, e é, no entanto, um Anjo e que chega a quem precisa na hora certa da despedida.