A Caramboleira do meu Jardim
A CARAMBOLEIRA DO MEU JARDIM
A chuva a cair espetaculosamente numa tarde quente de verão.
Da minha janela eu observo a caramboleira do meu jardim; frondosa, florida e já com alguns frutos estrelados a desabrocharem. A chuva a cair sobre os ramos frondosos, as flores a pedir para a chuva acalmar-se, para que as abelhas voltem a polinizá-las e que o pólen nelas depositado pelas abelhas não seja lavado e possam produzir mais frutos, a água da chuva escorrega pelas folhas e pelos estrelados frutos e caem na terra que a absorve a levar essa água até as raízes e destas de volta às ramagens e frutos que a absorve a dar-lhes sabor e doçura. Em volta da Caramboleira, outras plantas como a Azaleia, a roseira tricolor, (de tons, branco, rosa e vermelho) a Portulaca grandeflora, (onze-horas) a Buganvília, (primavera ou três-marias) a Murta, a pingo-de-ouro, a Brinco-de-princesa, a Crista-de-galo, (veludo) a Árvore-da-felicidade, a Bom-dia e outras, aplaudem-na pelo esplendor e magnificência das flores e dos frutos em formato de estrela, sim; porque se é estrela há de haver brilho!
30 de janeiro de 2010
Dois meses depois:
Estamos agora na quarta semana de março e os frutos da caramboleira já se apresentam em estado de amadurecimento. As crianças que passam pela minha rua a caminho da escola fazem um festival no meu portão a pedir-me: tio dá-me uma carambola, tio dá-me uma carambola -, e outro; e outro, aqui tio, eu cheguei primeiro, o outro diz, não tio fui eu quem cheguei primeiro, a distribuição de carambola é feita, mas há sempre aquele espertinho; tio, eu aqui ainda não ganhei - é claro que ele já havia ganhado uma carambola, mas escondeu-a na algibeira a querer ganhar outra.
Á tarde, no retorno das aulas, a festa continua e outra rodada de carambolas é distribuída.
26 de março de 2010
Hoje, inicia-se o mês de maio e a minha caramboleira está novamente em flores. Novos frutos a espreita em tão pouco tempo!
Eu também fico a espreita de novas investidas das crianças em busca dos magníficos frutos estrelados, elas chegam aos grupos, pois aos grupos elas andam pela minha rua a caminho da escola, festivas, barulhentas, alegres, divertidas como só as crianças podem ser. Livres e desimpedidas de conceitos morais ou religiosos. Eu saúdo as crianças.
Crônica de: Raimundo Chaves: 02 de maio de 2010