O Pacto

Não, não me conte quem você é; deixe que eu descubra, que trilhe os caminhos e o conheça através do meu olhar.

Não, não me conte do que gosta; deixe que eu descubra pelos seus gestos, expressões, olhares.

Não me antecipe nada.

Permita que eu observe sua bondade, ainda que diluída nas urgências e também suas maldades, aquelas pequenas, que surgem nas situações corriqueiras, como quando fingimos não perceber que a simpática velhinha está carregando pacotes demais e o compromisso que temos não pode esperar.

Mas, antes que tomemos um caminho em que havendo volta, haverá mágoas proponho um pacto:

Não façamos promessas, mas sim gestos;

Não juremos amor, mas, se amarmos, que seja intensamente.

Por último proponho que, havendo adeus, não tenha a crueldade do silêncio.