Criou asas

Quando ela sentiu que seu corpo dava sinais de desconforto emocional, que sua mente deslocava-se subtamente daquele plano e seus pensamentos pediam sufocados para que saíssem e tomassem formas, ela voou. Seus olhos pareciam estar perdidos na imensidão do horizonte, olhando de um lado para o outro e com o sentimento de poder escolher à que destino seguir.

As suas asas aos poucos batiam com mais velocidade, todo seu corpo ganhara altitude e aquilo tinha um teor de adrenalina, algo tão inexplicável ao ponto de fazê-la derramar lagrimas com o toque do vento em seu rosto. Os caminhos estavam logo ali na frente, mas para onde seguiria de agora em diante sendo que poderia estar em todos os lugares? Isso a limitou.

Notou-se que não se tinha mais aquela marra; já não estava mais em si e aquela ânsia de estar eternamente planando sobre todos sem ser tocada com pedidos de desculpas. Era absurdamente claro o seu descontentamento com o vazio que encontrara.

Agora volta arrependida por ter ido tão longe que lá, no final do horizonte, não havia ninguém. Voou tanto que caiu em si.