POBRES MENINAS, LIVRES! - parte 1

Sou, oriunda de um tempo que prefiro dizer "não muito distante", em que, situações familiares eram discutidas abertamente ou de maneira sigilosa e indisíveis, de acordo com o comprometimento familiar, em relação a sociedade.

Me recordo, que em minha adolescência, quando uma garota era namoradeira, dizia-se que ela, era "perdida" ou "fácil".

Meu pai que era muito conservador, um Alagoano extremamente, amável embora tinha lá seus momentos de avesso, tratava-me como, a

prometida que deveria, ser entregue a alguém, com total selo de garantia. Eu não tinha a menor liberdade, de ir e vir fosse a qualquer lugar a pretexto do que fosse.

Sempre tinha um de meus 5 irmãos, acompanhando-me, é claro que dava pra burlar um pouquinho, embora ele, fizesse o possível, para me isolar do acesso as informações abertas, eu driblava, minimamente aquele cerco que já me sufocava, conversando com minhas coleguinhas de sala de aula, que tinham mais liberdade, trocava idéia, falava das minhas intenções revolucionárias(que nem tão revolucionária certamente eram, mais eu via como se assim o fossem, queria ser mais livre, minha primeira grande aspiração foi ser Cabeleireira; achava demais, o ambiente o cheiro bom, e as pessoas ali sentadas esperando serem por aquela pessoa, que chamava a atenção á frente, como se fora um palco, transformando, totalmente um visual. Aprender a cortar , pentear, cabelos, e especializar-me, via neste nixo grande perspectiva).

Havia um preconceito com algumas atividades, profisionais, por exemplo: cabeleireira, enfermeira, secretária, aeromoça.

Anos mais tarde já casada, meu pai já isento do compromisso de entregar-me "donzela", em matrimônio realizei este desejo não me aprofundei tanto quanto de menina sonhei mais, fui feliz e por determinado tempo, colhi louros nesta atividade.

Cida Cortes
Enviado por Cida Cortes em 27/01/2010
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