ZUMBIS NAS NOITES DE SAMPA
Outro dia fui ao centro, numa travessa da Duque de Caxias,
lá onde tem lojas de acessórios para veículos.
Fui consertar o vidro do meu carro.
Conversava com o rapaz que fazia o conserto. Comentei que já havia trabalhado No centro, isso quando era bem jovem.
E falávamos sobre o centro.
Ele comentou que o ruim era a noite pois apareciam os "nóias" por todo
lado. Ou seja, os drogados, viciados em crak.
Por isso o centro hoje é conhecido como "cracolandia". Que pena!
Antes, e lá se vão pelo menos uns 25 anos, o problema no centro
"velho" eram as putas.
Havia prédios inteiros, isso de uns 12 andares.
Eram enormes "puteiros". O cara pegava o elevador e ia de andar a andar escolhendo: "Primeiro andar - loiras e ruivas", "Segundo andar - morenas e mestiças", terceiro andar: ... E assim por diante, imagine só.
Ou seja; o problema maior no centro era o "amor" ou o comercio do sexo.
Antes nem havia o perigo da Aids. O que acontecia era alguma DST
Do tipo gonorréia. Quando infectado o sujeito ia numa farmácia
e já saia com um "Tetrex" ou outro antibiótico, em uma semana
já estava curado.
Claro que havia outras DST piores, mas eram menos freqüentes.
Acho que as drogas tiraram a "inocência" do velho centro. Havia certo ar de Paris; atrevo-me a dizer, com suas "Moulin Rouges".
Hoje são os "Zumbis" que mais parecem os personagens do "Thriller" que andam na noite da metrópole.