O retorno

A bola rolava rápido no gramado. De um lado o time vermelho com arco íris azul no peito, com o nome do país, do outro o time azul com uma bola vermelha no centro da camisa, com uma estrela, representando a sua nação. A contenda se dava em uma terra neutra, para que todos tivessem a mesma chance no esporte, que representava o poder.

O jogo tinha as suas regras bem definidas e era acompanhado por tudo o que se tem de melhor em tecnologia televisiva e internáutica, para que transcorresse da melhor forma possível, sem violências ou fraudes. Depois de algum tempo, já se sabia bem quem era o melhor, mas se guardava o respeito por todos, em todo momento.

Após duas horas de disputa, tudo terminou da melhor forma possível, sem quaisquer divergências pessoais, abusos ou falcatruas. A partir deste momento dava-se início a outro tipo de negociação, a comercial, mas com as cartas na mesa, sabendo-se quem era que deveria iniciar as ofertas e quem ditaria a ordem naquele momento.

Na verdade, no nosso mundo dialético, as coisas poderiam ser todas decididas desta forma. Através de um jogo amistoso, de uma conversa amigável ou de um encontro entre pessoas civilizadas, envolvendo o mínimo possível de aspereza ou agressividade. Afinal, como eu canso de escrever, daqui nada levamos para onde vamos, no retorno.