A JANELA E O CAIS - BVIW
A peça da casa em que ela mais gostava de ficar era espaçosa encontrava-se no terceiro andar da casa. Há pouca mobília que havia era de madeira escura; uma pequena mesa com papéis e lápis, alguns livros, uma cadeira de veludo verde e um cavalete que contrastavam com o papel de parede floral.
Da janela de sua solitária sala ela observava a paisagem, o vai e vem dos barcos e lembrava-se do adeus no cais...
A sala e a janela passarão a ser o seu refúgio, seu mundo. Os poucos objetos conviviam bem com as suas lembranças. Com o tempo a dor da saudade ficava menos triste, quase transparente, porém continuava viva...
Muitos anos se passaram, diversas vezes sentiu um impulso de fazer como a índia Moema de “Caramuru” fez, e por pouco não se atirou nas águas em busca de seu amor!
A visão que tinha do cais era privilegiada. Gostava de desenhá-lo e pintá-lo, no início com cores fortes, depois suaves...
Mudam as moças, as janelas e os cais, mas nos corações, permanecem o amor, as despedidas e as lembranças!