No Ceará e não na Bahia
A internet, todos os dias, me leva de volta ao meu Ceará. Tenho notícias de minha terra lendo os jornais de Fortaleza ou ouvindo a Verdes Mares, a Verdinha, como carinhosamente é chamada essa emissora de rádio, que vi nascer.
Quando o Skype e o MSN estão funcionando normalmente, as notícias me chegam, fresquinhas, através de uma amiga, mui querida, que lá deixei, faz mais de meio-século.
No seu sorriso e no seu sotaque, reencontro o Ceará!
Ceará de praias encantadoras, que frequentei muito pouco, pois, logo me mudei para Salvador à procura de trabalho e de um diploma.
Cumpria, naquele instante, aquilo que, pelo destino, me fora reservado.
Na capital baiana, arranjei um bom emprego e ganhei um anel de doutor, que tenho honrado, desde 1961, quando colei grau.
Nada de extraordinário: nós, cearenses, estamos nos quatro cantos da Terra, sempre felizes e distribuindo alegria. Somos, sem dúvida, os brasileiros mais bem-humorados. Ninguém, nos supera na arte de fazer alguém sorrir, sadiamente.
É o "Ceará moleque" em cada um de nós.
Mas, hoje, o meu assunto é o Mucuripe, o belo Mucuripe.
Acessei pela manhã o Caderno 3, do Diário do Nordeste, e me deparei com uma matéria intitulada "Vincente Pinzón, 510 anos depois".
Reacende a discussão sobre o descobrimento do Brasil. Assunto sobre o qual já me manifestei em outra crônica publicada não me lembro onde.
É a velha pergunta: afinal, o Brasil foi descoberto no Ceará ou na Bahia?
Em Porto Seguro ou no Mucuripe?
Pesquisas feitas indicam que, em janeiro de 1500, o espanhol Vicente Yañez Pinzón alcançou terras brasileiras, desembarcando na praia do Mucuripe.
Portanto, antes de Pedro Alvares Cabral, que, somente em abril do mesmo ano, avistou o Monte Pascoal, sul da Bahia, e deu o Brasil como descoberto. Para muitos "achado".
Ninguém mais do que o historiador Capistrano de Abreu admitiu, como verídico, o desembarque de Pinzón na ponta do Mucuripe, antecipando-se à esquadra do almirante lusitano.
Ah, mas o Capistrano é cearense. Diria ele, por acaso, o contrário? Não, amigos, outros historiadores concordam em contrariar a história, para reconhecerem que foi no Ceará que o Brasil nasceu.
Muito bem. A prosperar essa tese - que está a exigir, cada vez mais, a atenção dos historiadores - o Brasil fora descoberto pela Espanha e não por Portugal. E ponto final.
Uma coisa , porém, é incontestável: tanto Porto Seguro como Mucuripe são locais edênicos.
Só que, puxando a brasa para minha sardinha, morrerei defendendo que o Ceará é, de fato e de direito, o berço do Brasil; e com todo o respeito e carinho que tenho pela Bahia, essa terra de tantos encantos...
Escrevo esta crônica, hoje, 26 de janeiro de 2010, exatamente 510 anos depois da chegada de Pinzón ao Mucuripe.
Escrevo esta crônica ouvindo "As velas do Mucuripe"; e como o jangadeiro, na canção do Fagner, dizendo: "Aquela estrela é dela...vida, vento, vela leva-me daqui..."
Êta cearense pai-d´égua...
A internet, todos os dias, me leva de volta ao meu Ceará. Tenho notícias de minha terra lendo os jornais de Fortaleza ou ouvindo a Verdes Mares, a Verdinha, como carinhosamente é chamada essa emissora de rádio, que vi nascer.
Quando o Skype e o MSN estão funcionando normalmente, as notícias me chegam, fresquinhas, através de uma amiga, mui querida, que lá deixei, faz mais de meio-século.
No seu sorriso e no seu sotaque, reencontro o Ceará!
Ceará de praias encantadoras, que frequentei muito pouco, pois, logo me mudei para Salvador à procura de trabalho e de um diploma.
Cumpria, naquele instante, aquilo que, pelo destino, me fora reservado.
Na capital baiana, arranjei um bom emprego e ganhei um anel de doutor, que tenho honrado, desde 1961, quando colei grau.
Nada de extraordinário: nós, cearenses, estamos nos quatro cantos da Terra, sempre felizes e distribuindo alegria. Somos, sem dúvida, os brasileiros mais bem-humorados. Ninguém, nos supera na arte de fazer alguém sorrir, sadiamente.
É o "Ceará moleque" em cada um de nós.
Mas, hoje, o meu assunto é o Mucuripe, o belo Mucuripe.
Acessei pela manhã o Caderno 3, do Diário do Nordeste, e me deparei com uma matéria intitulada "Vincente Pinzón, 510 anos depois".
Reacende a discussão sobre o descobrimento do Brasil. Assunto sobre o qual já me manifestei em outra crônica publicada não me lembro onde.
É a velha pergunta: afinal, o Brasil foi descoberto no Ceará ou na Bahia?
Em Porto Seguro ou no Mucuripe?
Pesquisas feitas indicam que, em janeiro de 1500, o espanhol Vicente Yañez Pinzón alcançou terras brasileiras, desembarcando na praia do Mucuripe.
Portanto, antes de Pedro Alvares Cabral, que, somente em abril do mesmo ano, avistou o Monte Pascoal, sul da Bahia, e deu o Brasil como descoberto. Para muitos "achado".
Ninguém mais do que o historiador Capistrano de Abreu admitiu, como verídico, o desembarque de Pinzón na ponta do Mucuripe, antecipando-se à esquadra do almirante lusitano.
Ah, mas o Capistrano é cearense. Diria ele, por acaso, o contrário? Não, amigos, outros historiadores concordam em contrariar a história, para reconhecerem que foi no Ceará que o Brasil nasceu.
Muito bem. A prosperar essa tese - que está a exigir, cada vez mais, a atenção dos historiadores - o Brasil fora descoberto pela Espanha e não por Portugal. E ponto final.
Uma coisa , porém, é incontestável: tanto Porto Seguro como Mucuripe são locais edênicos.
Só que, puxando a brasa para minha sardinha, morrerei defendendo que o Ceará é, de fato e de direito, o berço do Brasil; e com todo o respeito e carinho que tenho pela Bahia, essa terra de tantos encantos...
Escrevo esta crônica, hoje, 26 de janeiro de 2010, exatamente 510 anos depois da chegada de Pinzón ao Mucuripe.
Escrevo esta crônica ouvindo "As velas do Mucuripe"; e como o jangadeiro, na canção do Fagner, dizendo: "Aquela estrela é dela...vida, vento, vela leva-me daqui..."
Êta cearense pai-d´égua...