DIA DO CARTEIRO

Dia 25 de janeiro é dia do carteiro e data da criação dos Correios e Telégrafos no Brasil. Em 1663 foi criado o Correio-Mor do Brasil, conforme leio no Google. Subindo ladeira e descendo rampa, recordo de um velho carteiro de minha Itabaiana de infância, seu Benjamim, um senhor baixinho e simpático. Na época não existiam os centros de triagens, que a correspondência era pouquinha, umas cartinhas minguadas, telegramas raros e encomendas idem.

Roberto Palhano, que também trabalhou nos Correios de Itabaiana, lembra que seu Benjamim não classificava a correspondência a entregar. Pegava a primeira carta do pacote do dia e saía pra entregar no fim da rua. Depois, outra carta era entregue no lado oposto da cidade. Só pelo gosto de andar pelas ruas de sua Itabaiana, cumprimentando os amigos.

Desconfio que seu Benjamim seja o pai do professor Benjamim, da Universidade Estadual da Paraíba, em Campina Grande. Sendo fato real, fica nossa cidade devendo mais um favor ao carteiro Benjamim, que foi o de ter educado seu filho para ser um homem de bem e benfeitor da humanidade.

Conheci outro carteiro na cidade de Mari por nome Nô. Esse carteiro era dado ao vício da embriaguez. Depois de inebriado pela branquinha, Nô jogava as cartas em uma fossa, encerrando o expediente nas ruas e começando no bar de Manoel do Bar. Outro carteiro sui generis, o Baratinha. Analfabeto, sua filha quem colecionava as cartas que ele decorava os endereços e entregava sem nenhum engano.

O melhor amigo do homem é o maior inimigo do carteiro. Mas quem desacredita mesmo o carteiro é sua própria empresa, que atrasa as correspondências por falta de pessoal e a gente desconta no pobre do carteiro pelas contas atrasadas. Entre as sacanagens que se diz sobre carteiro, suas principais funções: fugir do cachorro, entregar mensalão a deputado governista e fugir do cachorro, abarrotar sua caixa de correio com envelopes inúteis e, por fim, fugir do cachorro...

Esse profissional que faz parte da vida de todos nós tem sua rota passando pelas melhores emoções de nossas existências. Recebi o carteiro de minha rua com aplausos. O gaiato chacoteou: “diminui a cortesia e aumenta o salário”.

Fábio Mozart
Enviado por Fábio Mozart em 26/01/2010
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