TEXTO SIMPLES

Durante a semana toda ela pensou em um tema para mais um texto. Claro que não chegou A um acordo diante de suas incontáveis incertezas.

Um conto, uma crônica ou um registro qualquer?

O problema - ou o interessante - é que às vezes nem ela mesma consegue desvendar o que quer ou sente, e sua CRIATIVIDADE só permite produções sem lógica, aliás, o mesmo “sem lógica” que, de certa forma, mexe com algum sentimento adormecido.

Sua preocupação com o gosto de cada leitor é uma constante, por isso escreve e reescreve, quantas vezes preciso for, a mesma frase, o mesmo parágrafo, o mesmo texto. Às vezes ainda não fica bom, então, reescreve. É um processo contínuo. Ela briga com os vocábulos; felizmente ninguém sai machucado DA luta. Como em um quebra-cabeça, cada um se encaixa em seu devido lugar.

Poxa! Sexta-feira, você com mil e uma coisas para fazer e seu tempo escoando por entre os suspiros pausados da leitura deste textículo metalinguístico.

- Calma! Não interrompa a leitura agora! Ela promete não decepcionar até o final!

Esta ESCRITA está exigindo dela um pouco mais da capacidade literária, artística e poder imaginativo. Acreditem! Afinal, ela está quase totalmente sem assunto, ou melhor, perdida entre tantos.

Autocrítica demasiada às vezes atrapalha, mas ela percebeu ultimamente que é o que estimula qualquer aspirante escritor. Um assunto é sempre melhor que o outro, este tema vai agradar a mais leitores do que aquele um e por aí vai.

Pensando assim, ela não evita escrever, porém recusa-se trazer para cá textos quaisquer ou sem o cuidado em agradar sua tímida legião de leitores.

SE tivesse aproveitado o ensejo para falar do espírito natalino que amolece até os corações mais duros ou da ânsia humana que aguarda a chegada de mais um ano par, talvez ela não precisasse quebrar tanto a cabeça. Só que também não ousaria criar algum texto sobre a sua persistente dúvida chamada “o que escrever?”.

Pediu a alguns amigos sugestões de temas, mas anda percebendo que o louco cotidiano FAZ deles pessoas cada vez mais ocupadas e focadas em necessidades do trabalho e do lar.

Este aqui é só mais um esboço. Não contém o melhor de sua alma, mas conta COM seu desejo de mostrar-lhes o quanto é prazeroso brincar com as palavras que, unidas A tantas outras, formam as frases que vão dando sentindo aos seus sentimentos, asas à sua imaginação e excitação à sua criatividade, ainda que por meio da SIMPLICIDADE.

Ela não precisa do erudito pedante para sentir prazer em impregnar suas impressões em cada página, nem dos termos mais rebuscados. Carece simplesmente de ser um eu em contato com o mundo, captando, a todo momento, DAS mais variadas situações e por meio de singular sensibilidade, o mínimo de poesia. O mínimo que se maximiza ao ser traduzido pelas LETRAS.

Para ela, escrever era apenas uma distração, hoje tem se tornado um vício. Conforta-se com seu próprio elogio mesmo quando não satisfaz a maioria. Sabe que obstinadamente se esforça para tentar ser melhor e dar prazer a quem lê suas criações.

Hoje, até mesmo incomodada com o fato de seus pensamentos não terem sido capazes de interpretar suas emoções e fantasias, não desistiu de escrever.

De qualquer forma, pretendeu deixar somente uma mensagem, explícita no texto através das maiúsculas talvez passadas despercebidas por você.

Passe os olhos novamente pelo texto relendo as letras em destaque. Perceba que a criatividade da escrita se faz com a simplicidade das letras.

Lucimara Souza
Enviado por Lucimara Souza em 26/01/2010
Código do texto: T2051611
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