Meu amigo Duque.
Chegou em casa, um dia, como presente de um fazendeiro, amigo de
meu pai.
Encantei-me com ele. Um pastor alemâo, cor de azeviche, tendo
por dentro das orelhas uma cor mostarda.Era um belo contraste.
Dei-lhe o nome de Duque. Soberbo como ele só. Inteligente
também.Assim que crescera, uns sete meses, eu me escondia nos velhos baús e gritava:-Put, era a palavra chave. Minha mâe o
soltava e ele vinha a minha procura. Pegava suavemente minhas mâos entre os dentes e leveva e me leveva a´té minha mâe
Annabela. Caiamos na risada.Duque era a alegria de nossa casa.
Mais tarde íamos ao açougue e Duque trazia a carne enrolada num plástico fino.Como meus pais eram comerciantes e porriso muitos ocupados, só notamos uma infecçâo dentro da orelha de Duque,
Na sua orelha direita.Naquela época , no interior nâo existiam
veterinários e Pra ir á Goiânia , precisava-se de conduçâo
coisa que naquela época nâo tínhamos.
Pela primeira vez vi que Duque corria risco de morte.
Minha mâe tentou trata-lo em casa porém a infeccâo estava muito
profunda e por mais que se tratasse era irreversível.
Chorei como nunca havia chorado e segui de lonje,
toda aquela situaçâo. Meu pai pegou o meu Duque eo
levou aos arredores da cidade e deu-lh o tiro da misercórdia.
Fiquei de mal do meu pai, era a única atitude que me restava .
Mas ás escondidas , voltei lá enxotei os urubus que devoravam
meu pobre Duque,Eis que de repente minha irmâ mais velha.
me levanta em seus braços e me diz comovida:-Dezinha, um dia sua
alma vai se reunir ao Duque para sempre e que lá no céu, voltaria a
se ver e reiniciar todas as brincadeiras interrompidas.
Eu compreendi.