ME TIRARAM OS ANÉIS
Andei por ruas errantes pedi carona, andei de charrete
A cavalo, bicicleta trem ônibus e metro
Meu destino se distanciava, por mais que a ele eu andasse...
A cada curva da estrada, mais distante me achava
Encontrei pegadas, no piche na areia e nas pedras.
Cantei, e chorei
Fiz rimas, prosas e versei.
Desfilei por veredas com meu pés desnudos
Fiz macio espinhos e já na madrugada
Afugentava o frio
Minha voz não saia, mesmo que ao vento clamasse
E de mim se escondia, como fora um petiz,
Eu já não ouvia o grito da alma,
A corruíra, do galho se foi em seu lugar,
O uivo do vento soprava um lamento de pura agonia
Pedindo passagem, por entre as folhas e flores
Que já despe talava chorando a primavera que de longe jazia.
Em meus dedos, anéis de ouro fosco,
Acinzentado, embotando o brilho,
Vou fazer deste anel, um pingente, em forma de sol!