Impulsiva eloquência.

Há um furacão em mim. De uma hora para outra virei outra pessoa. O contrário de mim. A minha provável demolição. Nada é o que parece até que se prove da sua essência. Tome um pouco de mim e verá que não sou tão apática assim. Aliás, a palavra apática não tem nada a ver comigo. Eu apenas sou silenciosa e não costumo confiar facilmente.Não me acostumo com muitas pessoas. Olhares demais me intimidam. Logo volto a ser uma criança. Logo começo a chamar por minha mãe. Tanta distância para nada. Tanta distância só pra mim.

Sou como chuva forte. Devo fazer bem para a alma de alguém. Divirtam-se um pouco comigo. Não sou tão entediante assim. Sou divertida, até. Deixe o que há de mais vergonhoso se libertar. Seja um pouco ridículo para não perder a ingenuidade.Jogue-se de um de seus abismos. Talvez até já saiba voar. Uma queda não é nada para quem já passou tanto tempo no chão. Pague pra ver. Ora, vamos ser impulsivos ao menos uma vez na vida. Eu assumo toda a responsabilidade de um possível fracasso. Podem me culpar a vontade. De culpa não morro mais. Temos de ser um pouco insensíveis em algumas horas.

Sinto-me agora como brisa depois de um violento furacão. Espero não ter causado tanta devastação. Acredito que não. Sou apenas o resultado de um desastre. Sou resultado da minha natureza eloquente e inquieta.