A  FORTALEZA



 

Precisamos proteger os fortes dos fracos. Pois os fracos sugam a potência dos fortes.”

(Nietzsche )


Quando pessoas tidas como “fortes”, queixam-se sobre alguma situação vivida ou causada por alguém de seu convívio que venha por afeta-la ou afetar ao todo, é frequente ouvirem o seguinte jargão:

“-Você é uma pessoa tão forte, inteligente e madura. Vai superar isso, você consegue.”

E interessantemente quando os fortes cometem algum desatino, por conta do peso da superação que a “vida” lhes impõe, também lhes é comum ouvir o seguinte:

“- Eu não esperava essa atitude da sua parte. Você sempre foi uma pessoa tão forte e equilibrada!”


Refletindo sobre o assunto, acabo por ter que concordar com Nietzche. Sim, precisamos proteger os fortes dos fracos, que se camuflam por trás da “fatalidade”, condenando aos fortes a uma constante superação. Não apenas dos próprios erros e suas consequências, como seria de se esperar normalmente. Mas também dos erros daqueles com convivem, e as consequências desses erros como se fossem eles, e apenas eles, os mantenedores perpétuos da harmonia do mundo que habitam. Pois só assim, serão tidos não só como fortes mas também como “Boas Pessoas”, abnegados, generosos, etc,etc...

Porém, se em qualquer instância o fardo lhes pesar, e tentarem “dar a César o que é de César”, delegando a administração das consequências do ato ao praticante. Ou se por acaso se revoltarem protestando contra o peso de tanta responsabilidade. Os antes tidos como fortes, nesse momento serão rotulados de injustos, egoístas ou até mesmo... Tiranos.

Ser forte é uma dádiva, mas também poderá ser a fortaleza que virá a constituir o cárcere daquele que detém a “força”. Privilegiando apenas aos fracos com o pseudo benefício de não se preocupar sem arcar de fato, com o leque de consequências resultante das suas falhas. E assim, acabamos dando argumento ao Demônio em sua incansável tentativa em controlar o destino da humanidade.

“ Três vezes malditos sejam são os fracos, cujas inseguranças, os tornam vis.”

(Anton Szandor Lavey-A Bíblia Satânica)


Eu digo:

“ Pobre dos fracos, cujas inseguranças, podem abrir a porta para o mal. E pobres dos fortes que se perdem em meio a própria complacência, contribuindo para a acomodação dos fracos.”

cinara
Enviado por cinara em 25/01/2010
Código do texto: T2049690
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